sexta-feira, junho 29, 2007

Camões, vamos beber um copo?






É pela noite que vemos o sentido das palavras,
Formadas de sombra e fumo,
Palavras profusas de um encanto inesperado.

É um momento de reflexão,
É o momento de solidão,
Medida, desmedida, exagerada ou fugaz.

É o momento da mudança.
Da escolha.


Glaukwpis
~**~**~**~**~**~**~**~**~**~**~**~**~**~**~**~**~**~**~**~**~**~**~**~**~**~*



Bom, não é muito normal publicar duas coisas ao mesmo tempo, mas como não tenho muita paciência para tal, fica aqui despachado o que tinha para hoje.

Caso não saibam, Camões não foi tomado louco no seu tempo. Era e é o vulto da Literatura Renascentista Portuguesa, isto é, o MODELO do Renascimento no nosso país. Foi o único capaz de escrever uma epopeia aos moldes clássicos, inspirando-se e “contaminando-se” pela Eneida, de Virgílio.
Versos também escreveu, à sua moda e muitos, os mais complicados e incompreensíveis não são da autoria, pois muitos escreviam naquela época, e como não assinavam, por medo ou por inteligência, muitos “letrados” decidiram dar-lhes o nome do Mestre dos Mestres do Renascimento. Felizmente, estudos foram feitos e chegou-se à conclusão que tudo não se passou de falta de técnica de análise.
Quanto ao Rei da época, não é verdade que ele tivesse dito que Camões não soubesse escrever... por favor, não estraguem a história! Ele foi de tão grão mérito na época, que o próprio rei ordenou-o que escrevesse uma obra que exaltasse os feitos heróicos dos portugueses e aí nasceu Os Lusíadas.
Para qualquer duvida, contactem a Professora Doutora Rita Marnoto, que é nada mais nada menos que a maior estudiosa, ou melhor, em termos acadêmicos, a especialista de Camões em Portugal, Europa e terrinhas perdidas pelo mundo. Ela é docente em várias universidades portuguesas e é convidada a intervir em várias fora do país. É também correctora do Dicionário de Literatura Portuguesa e para finalizar e encher os meus peitos e honrar o meu canudo, anel e certificados: FOI MINHA PROFESSORA.
Não escrevo de forma rebelde, nem com um tom de arrogância, mas sim com dor de ver que há pessoas que andam enganadas, que são portuguesas e não conhecem os nossos autores.
Camões foi considerado maluco, por amar, não por escrever prosa... melindrosa e perfeita.

Aqui fica um dos meus preferidos:



Quando me quer enganar

Quando me quer enganar

A minha bela perjura,

Pera mais me confirmar

O que quer certificar,

Pelos seus olhos mo jura.

Como meu contentamento

Todo se rege por eles,

Imagina o pensamento

Que se faz agravo a eles

Não crer tão grão juramento.

Porém, como em casos tais

Ando já visto e corrente,

Sem outros certos sinais,

Quanto me ela jura mais,

Tanto mais cuido que mente.

Então, vendo-lhe ofender

Uns tais olhos como aqueles,

Deixo-me antes tudo crer,S

ó pela não constranger

A jurar falso por eles.



Luís de Camões


É o que sinto.
Porra, hoje tomava mesmo um copo com Camões...

quarta-feira, junho 27, 2007

Breathe


É disto que tinha saudades.
Brilhante, revigorante e muitas outras palavras sufixadas em -ante!
Beija-me, acolhe-me!

terça-feira, junho 26, 2007

Lenta destruição

Ela chega amanhã as 8h30, sem ânimo e força.
Um caminho demorado lhe espera,
Com olhos molhados e sufocados,
Aonde uma mãe descansa, de um sofrimento eterno.

Foi há uns anos diagnosticado,
Infelizmente não curado. Levaram-lhe a vitalidade, os cabelos, a paciência e a vida.
Deixou dor, mágoa e saudade.

É preciso força, abstinência de lágrimas e solidariedade.

Que faça boa viagem.

segunda-feira, junho 25, 2007

Porque sou assim



As imagens explicam o que eu não consigo definir.

Voltei e sem paciência!

Acho imensa piada... agora andam por aí a utilizarem expressões latinas, sem, por vezes, as adequarem da forma mais correcta, ou utilizando casos em que as funções sintácticas não estão de forma alguma de acordo. Até mesmo em jornais e revistas. Custa também ouvir... expressões tão belas ditas de forma tão seca, bruta e sem harmonia sonora. Ok, o latim, de facto, não é uma das línguas mais belas de ser ouvia, mas dada à sua complexidade, a sua teia gramatical tão melindrosa, deveria ser dito com pompa e utilizado de forma mais suave em discursos mais solenes e não tão corriqueiros, que eu próprio tenho lido.
A trocaa de vogais por consoantes também é uma constante, para não falar de expressões que são corridas à pontapés e transformadas num misto "portu-latino", do tipo: "Currículo" Uitae. Meus carros, a expressão latina é Curriculum Vitae, que à letra significa currículo de vida. Vamos lá apontar os erros:

- Em latim não há acentos gráficos, só sonoros, na pronúncia, entendem? Se não entendem dou explicações a 70 euros por mês;
- Escreve-se Vitae, embora lê-se Uitae. Em latim utiliza-se i e u para as minúsculas e o J e o V para as maiúsculas, respectivamente. São regras ortográficas não estou a inventar e se quiserem, dou explicações a 70 euros, como já disse em cima, e utilizo material de apoio credível, como gramáticas do mais alto nível, que os coitados dos meus pais se esfolaram para as compar;
- Quando quiserem utilizar a expressão no plural, basta escreverem ou pronunciarem Curricula, pois assim estão a passá-la para o mesmo caso ( nominativo), mas para o plural. A palavra é da segunda declinação neutra e como tal tem “regrinhas”!

Outra palavra é Forum.

- É Forum e não "Forúm". Enquanto espaço de comércio, como os do Latium e depois os espalhados pelo Imperium Romanorum, é escrito sem acento gráfico.
- Procurem no Google “Forum de Trajano”. Verão imagens lindíssimas do que foi outrora um verdadeiro Forum à maneira romana. Felizmente temos arquitectos que não se esquecem da verdadeira origem da palavra arquitectura e remontam os novos os espaços comerciais aos antigos clássicos, mesmo que por vezes a estrutura arquitectónica não seja a mais parecida aos moldes inspiradores. Mas, infelizmente, isso tem a ver com a raquitectura urbanística e confesso que sei muito pouco do assunto.


Os que lerem isto tudo e que não tenham qualquer formação humanística, façam o favor de corrigir as pessoas, pois só vos fica bem, afinal não é qualquer um que sabe a língua do Imperium Romanorum. Sim sou arrogante e armado em pedagogo, afinal tenho um documento certificando-me para tal. Não é uma questão de mania, elitismo, sabedoria ou qualquer coisa que vos pareça. É uma questão de língua. Não a latina, mas a protuguesa.

Bom almoço, pois já me chamam do Triclinium...

sábado, junho 09, 2007


É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros
e a luzimpura, até doer.
É urgente o amor,
é urgentepermanecer.
Eugénio de Andrade

sábado, junho 02, 2007

Sol, cor, transpiração!
Ginásio, explicação, trabalho!
Copos, noites quase-de-verão, divertimento!
Sonhos, desejos e fim-de-semana!

Ocupem-se porque eu vou andar bem ocupado ;)

 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...