terça-feira, setembro 25, 2007

Imutável



Estranha forma de apreciar,
Com olhos forçados,
Como mãos que embalam o barro de se moldar.

Vidas, sentimentos e caprichos,
Reais, rebeldes e ardeis,
Que descalços, sem regras e genuínos
Deformam, livrando-se das pregas,
Sendo naturais,
Disformes,
Verdadeiros,
Inabaláveis.

Sou barro,
Fresco.

Não quero ser moldado,
Moldado,
Cozido,
Pintado,
Vendido.

Sou barro,
Dos chãos,
Que os pés descalços me pisam,
Que a chuva frima me deforma,
Do sol quente que me estala.

Sou barro bruto,
Espesso,
De cor forte,
De cheiro cru.

Sou barro.

Glaukwpis

segunda-feira, setembro 24, 2007

Plágio


"O plágio é o ato de assinar ou apresentar uma obra intelectual de qualquer natureza (texto, música, obra pictórica, fotografia, obra audiovisual, etc.) contendo partes de uma obra que pertença a outra pessoa sem colocar os créditos para o autor original. No ato de plágio, o plagiador se apropria indevidamente da obra intelectual de outra pessoa, assumindo a autoria da mesma.
A origem etimológica da palavra demonstra a conotação de má intenção no ato de plagiar; o termo se origina do latim plagiu que significa oblíquo, indireto, astucioso
[1]. O plágio é considerado antiético (ou mesmo imoral) em várias culturas, e é qualificado como crime de violação de direito autoral em vários países.
Plágio não é a mesma coisa que
paródia. Na paródia, há uma intenção clara de homenagem, crítica ou de sátira, não existe a intenção de enganar o leitor ou o espectador quanto à identidade do autor da obra.
Para evitar acusação de plágio quando se utilizar parte de uma obra intelectual na criação de uma nova obra, recomenda-se colocar sempre créditos completos para o autor, seguindo as normas da
ABNT, especialmente no caso de trabalhos acadêmicos onde normalmente se utiliza a citação bibliográfica.", in Wikipédia.
Ora aí está uma das matérias que sempre gostei de estudar e tratar nos Estudos Literários e na Teoria da Literatura.
É preciso a utilização, correcta, das áspas e o uso, obrigatório, do nome do autor, fonte, ou artista. O pior é quando utilizam coisas que lhes foram escritas, de forma sentimental e devota, para outra pessoa, que o/a receptor(a) passou a gostar. Uma coisa é passarem poemas de autores aos amantes, entenda-se amantes por "aqueles que amam" ( um particípio presente latino), outra é utilizarem palavras das pessoas que fizeram e fazem parte das nossas vidas para outras pessoas.
Para além de ser punível por lei, as pessoas ficam com um "descrédito" social, que lhes pode arruinar a vida, trancando-se em quatro paredes, fugindo dos dedos indicadores, que a nossa justa sociedade se encarrega. Normalmente as pessoas que o praticam, são fracas, dissimuladas e cobardes.
Felizmente, eu faço parte da sociedade, tenho formação e informação na cabecinha e não vou ficar calado, somente, tolerante, mas até quando?
Não me fodam.
Amém!

domingo, setembro 23, 2007

Queimada




As memórias queimam-se com o tempo,

Por imagens inacabadas,

Rostos estranhos,

Brilhos desconhecidos.

O tempo é tenebroso,

As vozes assustam-me,

Com olhos lacrimosos,

E com semblante apagado.

Abraça-me, de forma fria e com recordações ingratas.

Desaparece,

Reconhece,

Afasta-me.

Tudo é uma memória extinta.

Afinal, o que é memória?

Glaukwpis

sexta-feira, setembro 21, 2007

Aqui nasceu Portugal






Aí está uma das cidades que qualquer português deva conhecer, antes mesmo de ir ao Algarve.
A praia é moda, é uma questão de status, embora também seja lazer... Mas pergunto-me:
Será que conhecer um pouco das nossas origens não será mais profícuo para a nossa própria identidade cultural?
A pergunta fica no ar e a dica de Guimarães fica atirada.

A cidade tem pedaços bem definidos do que foi o “Berço de Portugal”, de história, historietas, lendas, artefactos, inscrições latinas e galaico-portuguesas, que a cada virar de esquina nos deparamos. As suas fundições remontam ao século XII, com um leque de nomes que deviam fazer parte da nossa consciência histórica.
Pode-se visitar a Muralha, circundante a toda a antiga cidade medieval, o Museu Alberto Sampaio e o antigo castelo. Há também o Paço Ducal, fundado por Afonso, em 1422, não o Afonso Henriques, pois esse é bem anterior... Erros relacionados por nomes iguais que ouvi nos claustros do Paço quando um certo senhor, com um ar pomposo e bem (re)formado dizia: “ D. Afonso Henriques habitou neste palácio.” Felizmente, tenho a mania que sou douto e que tenho uma licenciatura via ensino na vertente da Literatura e Cultura Portuguesa e fiz um comentário dizendo: “ Afonso há muitos e em três séculos ainda mais”. Quanto ao Palácio Ducal, convém salientar que só se pode visitar o r/c e o primeiro piso, pois o segundo é reservado às visitas presidenciais.
Há ainda o espaço da conhecida batalha de S. Mamede, onde a doida da Teresa desafiou o "Afonsinho", a capela de S. Miguel, com a pia baptismal do que viria a ser o senhor do Reino. Há muito mais, por isso descubram.
A título de curiosidade, sabem a origem no nome Portugal? É um nome híbrido, vindo do latim e do grego ( portus + "kalós"), dando uma tradução como "porto belo".


Foram três dias, duas noites e refeições magníficas, com pessoas genuínas, num espaço com cheiro a alfazema dos canteiros.

Logo há aniversário, amanhã também e domingo é dedicado a Coimbra.

Dictum est.

terça-feira, setembro 04, 2007


Foi há um ano e um dia que nos conhecemos...
Foi uma aventura comedida, com alguns anos de convívio on-line, onde tomamos coragem e nos conhecemos pessoalmente e acreditem, foi o melhor que fizemos! Passávamos horas no skype, com a web-cam ligada a partilhar angústias e pequenas felicidades. Foi uma amizade em cheio, daquelas que, pelo menos eu, me orgulho. Sinto a nossa amizade como que areia molhada entre as mãos, tendo a certeza que não se vai secar e escorregar por entre os dedos.
Para a “TU”, como a “TI” lhe chama e como eu me enterneci também de a chamar, pelo menos aqui na net, vai um beijo seguido de um abraço bem forte. Que os “ternurentos 30” sejam as portas abertas para uma vida cheia de conquistas, numa fase de esplendor, augúrios positivos e, principalmente, de uma felicidade desmedida.
Tu mereces pela tua simpatia, dedicação nos relacionamentos, pela tua doçura camuflada, que teimas escondê-la com traquinices de menina mimada!
Parabéns aos papás e a titi, pois fizeram um belíssimo trabalho.
Beijinhos, priminha!

segunda-feira, setembro 03, 2007

Ζέφυρος

E caminhavam tão bem por aquele caminho,
Nus, descomprometidos, ausentem de pudor...
A noite abraçava-os,
As ervas invejava-os,
Os Zéfiros tocavam-nos, de forma sorrateira,
Sentindo as suas formas,
As suas ânsias,
Medos,
Desejos.

Eles não davam conta de nada.
Amava-se,
Simplesmente,
De forma promíscua.

Seria pecado?
Seria despejo,
Seria...
Seria o quê?

“ - O suor já não me incomoda,
Zéfiro está a nossa volta.

Sente-lo?”.


Glaukwpis

domingo, setembro 02, 2007

E lá vou eu!

Pois é, acabaram-se as férias!
Amanhã começo na Aon. Não estou nada assustado. Deveria estar?
Sei que passarei horas ao computador, a falar com clientes, e reencaminhar mails, fazer umas chamadas, sorrir com os meus dentes marfins clareados às pessoas que lá aparecerem, redigir e corrigir alguns mails... E mais? Logo se vê.
Um verdadeiro tiro no escuro.
Para trás fica o desejo de ser colocado e horas a fio que passei em pé na lojita dos ricos. Terei saudades dos descontos de colaborador ( 40%) e das vastas horas sentado no “Café di Roma”.

Rezem para eu sobreviver às gravatas... são verdadeiras serpentes no meu pescoço.

Bom domingo*

 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...