segunda-feira, abril 30, 2007

E assim foi o sábado e o domingo!




Com espírito de aventura e mudanças, metemo-nos no carro e seguimos em direcção a cidade dos estudantes.
Motivo?! Felicitar, pessoalmente , o Telmo, pelo seu percurso académico e para curtirmos a primeira noite da sua última queima.
Resultado? DO MELHOR!

A caminho de Coimbra, por entre conversas, desabafos, lamentos e muita pimenta, escondida, por palavras tremidas e ousadas, eu e a Sof nos enganamos na merda do caminho e fomos em direcção a Lisboa... felizmente, ao fim da portagem estava uma rotunda e a inversão do sentido de marcha foi feito de forma segura...
Ao chegar em Coimbra, tocamos todas as campainhas, menos a do Telmo... que não acreditava estarmos lá no primeiro andar... QUE FILME.

Instalamo-nos no sofá, cuja a mesa sustentava a maçã da Sof e o meu licor... demos um jeito nas nossas imagens e chamámos o táxi! Os multibancos estavam marados de todo, felizmente eu ainda consegui levantar uma nota, que me acompanhou, religiosamente, toda a noite. O bar era do melhor: caloiros, rasgados, ex estudantes e pessoas como nós: amigos! Das melhores imagens que recordo desta noite, é ver dois rasgados sustentarem em cima da coluna os seus braços descobertos e firmes com copos a gritarem: ACABEI! Ahhh, também havia uma rapariga, que como uma prostituta de cabaré, dançava a frente do namorado ( de joelhos), ou agarrada ao pilar. Sim, um pilar, não era outra coisa, pelo menos à nossa frente. Paramos de beber sob pressão de um medo que nos assombrava: a falta de dinheiro, pois só tinha conseguido levantar uma mísera nota de 20! Resultado, chamamos o táxi e lá para as 5h e tal estávamos novamente no sofá...
A melhor Marte, o clímax foi quando a Márcia, uma amiga do Telmo resolveu acordar do seu sono profundo e juntar-se a nós naquela madrugada.
Esperamos, pacientes que ela chegasse... eu comia pães de queijo com fiambre, queijo e molho de tomate, acompanhado de um gelado, cheio de gelo, e uma lata de coca-cola que tinha comprado numa máquina na praça!
Ela chegou, veio e venceu ( sim, é uma frase de César)... E lá proporcionamos uma noite ALUCINANTE!
Acham que acabou?!?!?!?!
Eu não dormi um único momento e tive que tomar um banho para ir à Missa da Bênção e para piorar, fazer cerca de 50 minutos de caminho de regresso... para TRABALHAR!
Só dormi 1h hora, das 19h às 20h, no armazém...

Resumindo: Como diz Martinho da Vila: Viver, sem ter a resposta de ser feliz...!


Telmo e Márcia: Parabéns e VIVAM!
Sof: nós vamos VIVER mais, ai vamos sim, podes ter a certeza!
Está dito!

segunda-feira, abril 23, 2007

sábado, abril 21, 2007

Dor negra


De um avermelhado, castanho, negro
De uma dor intensa que vem da terra
É a mistura de sentimentos e preconceitos,
É o condensar, bruto e arrebatador de dores.

Nos teus olhos vejo tranquilidade,
Embora, pequenos rasgos de sangue, dor e repulsa se avistem,
Por uma tranquilidade perturbada e abalada,
Que em ti calcaram, revoltaram sonhos simples.

Dor de um passado,
Agitação, trémula de um presente,
Em que sonhas com as palmas lívidas, puras e iguais.
Com a igualdade, respeito, admiração,
Com um beijo dos filhos,
Com o colo negro, liso e doce da esposa,
Com a terra lavrada, diante dos teus olhos.
Bom sábado*

sexta-feira, abril 20, 2007

Assim somos nós



Duras são as ondas e não as rochas
As rochas, pacíficas e crédulas, esperam, pacientemente, as ondas
Essas vêm impávidas e lançam toda a repulsa,
Que se transforma em espuma, borbulhando,
Como que rasgando as rochas escuras.

As rochas, encolhidas, deixam escorrer as lágrimas,
As ondas retomam as suas formas
E sem olharem para trás, deixam as rochas ásperas e nuas.


Ontem fui rocha, hoje sou, decididamente, onda...

quinta-feira, abril 19, 2007

Regina, -ae


Há coisas compreensíveis, há coisas absurdas e há protocolos.
Compreensível é a dor, escondida, recôndita dos olhares;
Absurdo é não compreenderem as diferenças;
Protocolos... regras, ficam sempre bem, são sempre formais, mas terão uma verdadeira forma de compreensão?

Merecidos Óscares.

domingo, abril 15, 2007

Tudo parece perfeito...



Foto de Melissa Capela

Tudo parece perfeito... até que numa bela manhã acordamos e compreendemos que a pessoa ao nosso lado é uma Barbie ( entenda-se, usar e deitar fora) ou um boneco de pau ( seco e facilmente manipulável).
Pessoas autênticas? Sim existem. Não procurem, elas não tardam. Ai não tardam mesmo nada!

Bom domingo... autêntico*

quarta-feira, abril 11, 2007

As gotas não pensam.


Estive a rever a apresentação do Magnólia e tive a tirar mais conclusões...
Há pessoas que realmente esquecem o seu passado, mas ele existe e nada podemos fazer. Encobrimo-lo, metemo-lo, escondido, no canto do tapete mais discreto dos nossos pensamentos... para que? Para ficarem ocultos, numa sombra tenebrosa de medo, de vergonha e de ódio?
É preciso lutar, não esquecer! É preciso lutar e cesurar os talhos na nossa pele. Limpar e deixar oxigenar toda a repulsa que temos dentro de nós.
Não é preciso tornar público. É preciso confiarmos, sim, em nós próprios, para termos a capacidade de abrir as portas aos fantasmas.
Não há presente sem passado e o futuro é uma incógnita, que nós podemos sempre moldar com base nos nossos erros, nas nossas mágoas, nos nossos segredos.

( Mas afinal, quem sou eu para falar de passado, presente e futuro? Eu sou simplesmente um gota de orvalho, que evapora com o calor. Sem vivências, sem importância)

*****

segunda-feira, abril 09, 2007

Há dias...



Abafado de sentido, como que uma nuvem negra que me aperta o pescoço, as palavras morrem, sem fluírem. Dia após dia a nuvem aumenta e as palavras descem, ao encontro do pântano sombrio...
É preciso luz, é preciso força, é preciso acordar, é preciso deixar arejar! Arejar é a palavra certa. Deixar correr uma brisa... e esperar que o pântano seque, para que um dia brote uma nova vida.
Há sempre esperança.

quarta-feira, abril 04, 2007

Sonho da mãe negra


À minha mãe
Mãe negra
Embala o seu filho
E na sua cabeça negra
Coberta de cabelos negros
Ela guarda sonhos maravilhosos
Mãe negra
Embala o seu filho
E esquece
Que o milho já a terra secou
Que o amendoim ontem acabou
Ela sonha mundos maravilhosos
Onde o seu filho iria à escola
À escola onde estudam os homens
Mãe negra
Embala o seu filho
E esquece
Os seus irmãos construindo vilas e cidades
Cimentando-as com o seu sangue
Ela sonha mundos maravilhosos
Onde o seu filho correria na estrada
Na estrada onde passam os homens
Mãe negra
Embala o seu filho
E escutando
A voz que vem de longe
Trazida pelos ventos
Ela sonha mundos maravilhosos
Mundos maravilhosos
Onde o seu filho poderá viver.
Marcelino dos Santos
(Moçambique, 1960)
Hoje dei este poema na explica.
Pq?
Pq temos que ensinar não só o Português, mas também a tolerância, o respeito e a admiração pelas raças! Pq todas as mães são mãe negras e só nos desejam um mundo melhor! Pq sou negro numa pele de europeu!
Tenho saudades das aulas de LEP, da Sara, da Academia...

terça-feira, abril 03, 2007

Regressaui ;)

Pois é, voltei “à província”, como dizem os alfacinhas.
Os dias souberam a pouco, mas consegui fazer tudo o que queria: estar com a Martita e conhecer o Barreto! Outras coisas apareceram, como o jantar fora de horas no Bairro Alto, com direito a muito frio; conhecer a Susana e o Kiki e, por fim, lanchar na residencial mais famosa de toda Lisboa: aMedrosa.
De lá trago boas recordações e uma amigdalite dos diabos... afinal, quem anda à chuva e ao relento constipa-se!
A todos um abraço***

 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...