segunda-feira, dezembro 31, 2007

Serena

Sou um homem sem palavra, eu sei, mas não resisti e vim postar!
Tenho que ficar a remoer um expresso do D. João até depois das 14h, pois não vou ter hora de almoço. Opções…
Depois almoço, meto tudo no saco e parto, ao encontro do perdido ou de algo que procuro e tardo a encontrar. Eu sei, é confuso, mas na viragem do ano nada é límpido. É uma amalgama de dias e de anos que se confundem com sentimentos e vivências, boas ou menos positivas, que ficam todas juntas, apertadas, como os nós que se dão nas camisolas. Se tivesse pachorra e algumas fotografias aqui, postava algo engraçado, uma espécie retrospectiva… Como não tenho, queimo-as na minha memória, para depois deitar as cinzas, onde mais me convir.
É assim que aspiro 2007, algo adubado sem os erros de 2007.
Que neve, para ter a primeira manhã seja cândida e serena!

domingo, dezembro 30, 2007

Com o almoço pronto a sair

Hoje o dia está calmo, com a atmosfera húmida lá fora. Cá não se sente, imagina-se, pois a botija, nos pés, e o licor missal aquecem-me. Só imagino, não sinto, ou se calhar sinto ou penso sentir, como dizia Pessoa, que ao contrário de mim consumia erva. Eu também consumo, mas daquelas que se põem na água, com cheiro a maça e canela... Gostos distintos, paralelamente compreendidos.
Não falei do Natal, se calhar por querer partilhá-lo só comigo e com mais ninguém. Foi caloroso, nostálgico, com o meu pai a chorar, a ver os sogros pelo Messenger, cravando as pálpebras dos olhos, no sonho querer reviver as gargalhadas do churrasco do dia 25, lá no pátio do número 84. A passagem não será diferente...

Como, possivelmente, não volto antes do dia de Reis, fica a esperança de um ano profícuo no campo profissional, pois as coisas não andam fáceis nem duradouras. No campo pessoal, que se multiplique os sonhos, a felicidade miudinha, aquela dão animo e força ao acordar e um prazer enorme ao se deitar. Que seja um ano em cheio. Se não for, cá estaremos para lhe dar a volta.

Um beijo.

Passado dia 14


Há palavas, mas ficam somente entre mim e ela.

Feliz aniversáro, Mamã.



Salinha


Sábado:


- A porta não abre...
- Com força!
(...)
- Merda, parti a porta...
- Só me dás despesas!
-
Passados alguns momentos já me tinha passado a vergonha já tinha desaparecido, mas o meu animo aspirava o sofá ou o edredon de penas. Há noites assim, que queremos que seja calma, para atingir a plenitude. Aquele conforto burguês, que teima de se instalar em mim. Chama mania, eu cá não me importo.

sexta-feira, dezembro 28, 2007

/dezestressar/

Gosto de fins de sexta feira, parece que a alma fica mais leve e feliz, principalmente depois de um fim de dia de quinta feira, na companhia de uma pessoa simpática e confidente, com brilho nos olhos e doçura nas palavras.
A sexta apareceu em grande nesta semana, se calhar por ser a última do ano ou, se calhar, porque as pessoas acham que deve haver uma necessidade de mudança, permissividade e confiança, tanto utilizando o “Tu” ou apertando a mão com a força de um sorriso de “bom fim-de-semana”. São pequenos gestos, que aos olhos de alguns, pode parecer uma trivialidade ignóbil. Para mim é a translação de bem-estar, confiança e harmonia.
Fora isso, houve também um mail interno, que coadjuvado às ordens do meu superior, trabalharei só meio-dia no dia 31. Dar-me-á imenso jeito…
Se não voltar cá, já sabem: Livraria! Ou se calhar não…

sábado, dezembro 15, 2007

Aparente alforria


Gosto de conforto, não gosto que me agarres,
A não ser quanto te peço, te olho, com ar de desejo.
Gosto de liberdade, insana autonomia, de voar, governar.
Sou Zéfiro!

Glaukwpis

CAIPIRINHAS!!!!


domingo, dezembro 09, 2007

Warszawa

Recebi uma mensagem de Varsóvia, onde a Ciranda está a pregar... Fiquei contente, com saudades, com o coração apertado! Deve ser bela, pois a história da sua construção remonta à época medieval, passando por momentos menos felizes, como a Segunda Grande Guerra, onde se destaca, infelizmente, pelo Gueto que tem o nome da cidade.
Quando oiço o nome de um países de leste, lembro-me, sempre, dos Russos, dos que estudei nas aulas de Teoria da Literatura, com nomes terminados em –j e teorias que eram refutadas a passo e passo, a darem nós na minha cabeça com uma única preocupação: a LI TE RA RI E DA DE!
Da época de estudante e das aulas chatas, do professor chato, com borbulhas no pescoço e cheiro a perfume velho, lembro-me do frio incontornável e da vista para a Sé, que escurecia em degrade aos meus olhos, enquanto as dores nos dedos e os ouvidos já estalavam com tanto absurdo literário. Havia risos, havia disparates, que me faziam trincar a língua para não me rir, pois o pachorrento também me dava aulas de Grego e eu, com medo das notas, fingia ser santo e educado.
Também me recordo de coisas menos positivas, que fizeram parte de um passado pouco feliz, que felizmente já não me assombram, mas fazem sempre parte da minha memória. Estou a formatá-la. Está como nova...
São essas as imagens que tenho quando oiço ou vejo algo em língua de leste.

P.S.
Que volte depressa e bem, doce Ciranda, pois falta pouco para o Natal e eu não dispenso uma fatia de floresta negra com chá preto para dois.

******

quinta-feira, novembro 22, 2007

Castanea, -ae


Sob um sol camuflado de ondas gélidas, caminho sobre ruas. Nela vejo rostos frios, brancos e engelhados, recônditos em malhas com borbotos. O vento corta-nos o rosto e os dedos, enquanto cego-me com a luminosidade. Já não há chuva. Já não há humidade. Há frio e nele concentro-me, tentando imaginar formas de me acalentar. Não falo a pele, pois gosto dela áspera, trémula e palpitante. Falo de outra coisa.
O cenário é acastanhado, de cor quente, mas só a cor é quente.
A cor será quente ou será uma ilusão utópica? Cheira a castanhas.
Utópica, castanha, fria, castanha quente. Confusão, eleição, desejo, mutação.
Glaukwpis
Amanhã é sexta :)

quarta-feira, novembro 21, 2007

/tchuba/

A estrada está molhada, como eu. Molhada de uma chuva fria e viscosa, onde perdura o seu brilho no negro alcatrão. Eu sinto-me molhado, mas não de chuva. Sinto-me viscoso, mas não de chuva. Não sinto culpa, nem arrependimento. Não tenho interesse, nem perjura. Porém, sinto-me encharcado de algo que não consigo definir, nem sequer compreender.
Desconfortante, mas apetecível. Doloroso, mas prazeroso. Confundível, mas certeiro.
Sinto-me molhado, esquecido, numa estrada, escura e viscosa.
Glaukwpis
Maldita chupa, caraças!**

terça-feira, novembro 20, 2007

Horrendus


Tenho a visão nítida, por entre noites sombrias e névoas gélidas.
O meu espírito move-se, ao encontro dos seres que vagueiam a minha volta, sem se aperceberem de mim. Não sou intacto, não sou inerte. Não me vêem. Eu vejo-os, acaricio-lhes os ombros e retraio sentimentos. Depois, viro-lhes, desmerecidamente, as costas, a procura de outras descobertas sensitivas. É frio, é húmido, é impessoal. É doentio, mas reconfortante, pois consigo ver tudo o que quero, sem ser contemplado. Consigo seguir o meu rumo, sem ser molestado. Tenho o meu prazer, sem ser censurado.
Ao fim, sento-me, cobrindo todo o meu corpo de lodo.
Fico contente por ser como sou.
Glaukwpis

segunda-feira, novembro 19, 2007

φτερό


Sinto, sobre os meus ombros, o peso de todo um sentimento acabado, sob forma de vidro, que me rasga, lentamente, as asas. As plumas, sofisticadas, cândidas, cintilantes e frondosas que me afagavam há tempos, deram lugar à uma pasta púrpura, da mistura do quente do meu sangue, que teima em escorrer, por um corte que não cicatriza.
Dantes sobrevoava planícies,
Hoje,
Deito-me sobre elas
E nelas
Cerros os meus olhos, aspirando conseguir dormir.
Voltarei voar? Pergunto eu.
Porém oiço que “Há animais que merecem rastejar, pois são perigosos demais para terem asas”.
Glaukwpis

quarta-feira, novembro 14, 2007

Planície imaginária

Há a necessidade de controle. De saber respirar, de olhar pausadamente na direcção precisa num ápice, onde se consegue captar, compreender e descodificar.
Dias incertos, com planícies onduladas, onde o friso do calor foge, dando lugar aos campos amarelos, cobertos de folhas castanhas e ervas bravias.
O tempo é de controle. É preciso controlar a alma que tremelica por causa do frio, ou, por desculpa dele, camuflando-se do medo sombrio dos nossos desassossegos. Como as folhas castanhas, eu caio sobre a terra gélida, ou por vezes nas poças matizadas de prateado, ficando inerte à minha vontade, decompondo-me em pensamentos até o meu esqueleto notar-se. No chão fico, calado e pesado. Não há ventos. Há frio. Não há controle.
É preciso controle. Onde ele está?
Talvez tenha fugido com o calor que um dia me acalentou. Talvez esteja escondido.
Talvez nunca tivesse existido, a não ser na minha planície imaginária.
Glaukwpis

segunda-feira, outubro 15, 2007

Noctis amans





Aqueces,
Respiras, ofegantemente,
Transpiras.

Carne remexida por entre pernas,
Onde músculos e pele se contorcem,
Sobre o desejo de um abraço apertado,
Compreendo e sinto os teus sentidos.

Agarro-te o pescoço,
Percorro da tua nuca ao fundo das tuas costas.

Sinto o teu arrepio, na pele quente,
Os Teus membros me apertam a anca,
E a tua boca sussurra o meu nome.

Passageiro,
Por inteiro,
Desespero?

Tanto –ro,
-ro
-ro...

Ronronar onomatopaico

Tanta coisa que deixo aos teus olhos passar
Tanto silêncio que é preciso para te abraçar.

Adormeço.
Chateias-te.
Não compreendes?
Dás-me conforto!


Glaukwpis

quinta-feira, outubro 11, 2007

Ίφιγένεα



Sem ambição e culpa do teu ódio e ganância
Sofri, escorri à Artemis.

O aço transpassava-me,
As tuas lágrimas molhavam-me,
A minha dor agoniava-te,
Mas fazia crescer também o teu espírito guerreiro.

Optaste pela vitória,
Descartaste-me os meus desejos pueris,
Terminaste numa piscina de sangue.

Fui escolhida,
Levada,
Suprida,
Escondida.

Hoje sou viva,
Perpétua,
Quase que divinizada,
Porque tiveram piedade
E enlearam-te os olhos.

E tu
De olhos abertos,
Moribundo
Cansado e ensanguentado,
Embebido na tua ύβρις ,
No teu desafio desleal
Àqueles que um dia pediste ajuda,
Estás frio,
Engelhado...
Tudo aquilo que foste,

Que és,

Serás no Tártaro.
Glaukwpis

segunda-feira, outubro 01, 2007

Tu bem sabes que eu sei que tu sabes...



Confrontas-me, de forma inocente e engraçada.
Eu respondo-te, de igual forma,
Pois,
Somos idênticos.

Conheces-me.

(Confiar-te-ei o meu segredo?)

Será um segredo,
Ou uma pequena notícia a ser contada?

São sei.
Espero.
Tu compreendes-me.
Glaukwpis

terça-feira, setembro 25, 2007

Imutável



Estranha forma de apreciar,
Com olhos forçados,
Como mãos que embalam o barro de se moldar.

Vidas, sentimentos e caprichos,
Reais, rebeldes e ardeis,
Que descalços, sem regras e genuínos
Deformam, livrando-se das pregas,
Sendo naturais,
Disformes,
Verdadeiros,
Inabaláveis.

Sou barro,
Fresco.

Não quero ser moldado,
Moldado,
Cozido,
Pintado,
Vendido.

Sou barro,
Dos chãos,
Que os pés descalços me pisam,
Que a chuva frima me deforma,
Do sol quente que me estala.

Sou barro bruto,
Espesso,
De cor forte,
De cheiro cru.

Sou barro.

Glaukwpis

segunda-feira, setembro 24, 2007

Plágio


"O plágio é o ato de assinar ou apresentar uma obra intelectual de qualquer natureza (texto, música, obra pictórica, fotografia, obra audiovisual, etc.) contendo partes de uma obra que pertença a outra pessoa sem colocar os créditos para o autor original. No ato de plágio, o plagiador se apropria indevidamente da obra intelectual de outra pessoa, assumindo a autoria da mesma.
A origem etimológica da palavra demonstra a conotação de má intenção no ato de plagiar; o termo se origina do latim plagiu que significa oblíquo, indireto, astucioso
[1]. O plágio é considerado antiético (ou mesmo imoral) em várias culturas, e é qualificado como crime de violação de direito autoral em vários países.
Plágio não é a mesma coisa que
paródia. Na paródia, há uma intenção clara de homenagem, crítica ou de sátira, não existe a intenção de enganar o leitor ou o espectador quanto à identidade do autor da obra.
Para evitar acusação de plágio quando se utilizar parte de uma obra intelectual na criação de uma nova obra, recomenda-se colocar sempre créditos completos para o autor, seguindo as normas da
ABNT, especialmente no caso de trabalhos acadêmicos onde normalmente se utiliza a citação bibliográfica.", in Wikipédia.
Ora aí está uma das matérias que sempre gostei de estudar e tratar nos Estudos Literários e na Teoria da Literatura.
É preciso a utilização, correcta, das áspas e o uso, obrigatório, do nome do autor, fonte, ou artista. O pior é quando utilizam coisas que lhes foram escritas, de forma sentimental e devota, para outra pessoa, que o/a receptor(a) passou a gostar. Uma coisa é passarem poemas de autores aos amantes, entenda-se amantes por "aqueles que amam" ( um particípio presente latino), outra é utilizarem palavras das pessoas que fizeram e fazem parte das nossas vidas para outras pessoas.
Para além de ser punível por lei, as pessoas ficam com um "descrédito" social, que lhes pode arruinar a vida, trancando-se em quatro paredes, fugindo dos dedos indicadores, que a nossa justa sociedade se encarrega. Normalmente as pessoas que o praticam, são fracas, dissimuladas e cobardes.
Felizmente, eu faço parte da sociedade, tenho formação e informação na cabecinha e não vou ficar calado, somente, tolerante, mas até quando?
Não me fodam.
Amém!

domingo, setembro 23, 2007

Queimada




As memórias queimam-se com o tempo,

Por imagens inacabadas,

Rostos estranhos,

Brilhos desconhecidos.

O tempo é tenebroso,

As vozes assustam-me,

Com olhos lacrimosos,

E com semblante apagado.

Abraça-me, de forma fria e com recordações ingratas.

Desaparece,

Reconhece,

Afasta-me.

Tudo é uma memória extinta.

Afinal, o que é memória?

Glaukwpis

sexta-feira, setembro 21, 2007

Aqui nasceu Portugal






Aí está uma das cidades que qualquer português deva conhecer, antes mesmo de ir ao Algarve.
A praia é moda, é uma questão de status, embora também seja lazer... Mas pergunto-me:
Será que conhecer um pouco das nossas origens não será mais profícuo para a nossa própria identidade cultural?
A pergunta fica no ar e a dica de Guimarães fica atirada.

A cidade tem pedaços bem definidos do que foi o “Berço de Portugal”, de história, historietas, lendas, artefactos, inscrições latinas e galaico-portuguesas, que a cada virar de esquina nos deparamos. As suas fundições remontam ao século XII, com um leque de nomes que deviam fazer parte da nossa consciência histórica.
Pode-se visitar a Muralha, circundante a toda a antiga cidade medieval, o Museu Alberto Sampaio e o antigo castelo. Há também o Paço Ducal, fundado por Afonso, em 1422, não o Afonso Henriques, pois esse é bem anterior... Erros relacionados por nomes iguais que ouvi nos claustros do Paço quando um certo senhor, com um ar pomposo e bem (re)formado dizia: “ D. Afonso Henriques habitou neste palácio.” Felizmente, tenho a mania que sou douto e que tenho uma licenciatura via ensino na vertente da Literatura e Cultura Portuguesa e fiz um comentário dizendo: “ Afonso há muitos e em três séculos ainda mais”. Quanto ao Palácio Ducal, convém salientar que só se pode visitar o r/c e o primeiro piso, pois o segundo é reservado às visitas presidenciais.
Há ainda o espaço da conhecida batalha de S. Mamede, onde a doida da Teresa desafiou o "Afonsinho", a capela de S. Miguel, com a pia baptismal do que viria a ser o senhor do Reino. Há muito mais, por isso descubram.
A título de curiosidade, sabem a origem no nome Portugal? É um nome híbrido, vindo do latim e do grego ( portus + "kalós"), dando uma tradução como "porto belo".


Foram três dias, duas noites e refeições magníficas, com pessoas genuínas, num espaço com cheiro a alfazema dos canteiros.

Logo há aniversário, amanhã também e domingo é dedicado a Coimbra.

Dictum est.

terça-feira, setembro 04, 2007


Foi há um ano e um dia que nos conhecemos...
Foi uma aventura comedida, com alguns anos de convívio on-line, onde tomamos coragem e nos conhecemos pessoalmente e acreditem, foi o melhor que fizemos! Passávamos horas no skype, com a web-cam ligada a partilhar angústias e pequenas felicidades. Foi uma amizade em cheio, daquelas que, pelo menos eu, me orgulho. Sinto a nossa amizade como que areia molhada entre as mãos, tendo a certeza que não se vai secar e escorregar por entre os dedos.
Para a “TU”, como a “TI” lhe chama e como eu me enterneci também de a chamar, pelo menos aqui na net, vai um beijo seguido de um abraço bem forte. Que os “ternurentos 30” sejam as portas abertas para uma vida cheia de conquistas, numa fase de esplendor, augúrios positivos e, principalmente, de uma felicidade desmedida.
Tu mereces pela tua simpatia, dedicação nos relacionamentos, pela tua doçura camuflada, que teimas escondê-la com traquinices de menina mimada!
Parabéns aos papás e a titi, pois fizeram um belíssimo trabalho.
Beijinhos, priminha!

segunda-feira, setembro 03, 2007

Ζέφυρος

E caminhavam tão bem por aquele caminho,
Nus, descomprometidos, ausentem de pudor...
A noite abraçava-os,
As ervas invejava-os,
Os Zéfiros tocavam-nos, de forma sorrateira,
Sentindo as suas formas,
As suas ânsias,
Medos,
Desejos.

Eles não davam conta de nada.
Amava-se,
Simplesmente,
De forma promíscua.

Seria pecado?
Seria despejo,
Seria...
Seria o quê?

“ - O suor já não me incomoda,
Zéfiro está a nossa volta.

Sente-lo?”.


Glaukwpis

domingo, setembro 02, 2007

E lá vou eu!

Pois é, acabaram-se as férias!
Amanhã começo na Aon. Não estou nada assustado. Deveria estar?
Sei que passarei horas ao computador, a falar com clientes, e reencaminhar mails, fazer umas chamadas, sorrir com os meus dentes marfins clareados às pessoas que lá aparecerem, redigir e corrigir alguns mails... E mais? Logo se vê.
Um verdadeiro tiro no escuro.
Para trás fica o desejo de ser colocado e horas a fio que passei em pé na lojita dos ricos. Terei saudades dos descontos de colaborador ( 40%) e das vastas horas sentado no “Café di Roma”.

Rezem para eu sobreviver às gravatas... são verdadeiras serpentes no meu pescoço.

Bom domingo*

sexta-feira, agosto 24, 2007

"Confia em ti prórpio" - Sábio provérbio grego.


" - Não tenho preservativos, vou comprá-los..."
" - Não é preciso, não confias em mim?"
Felizmente não confiava.
Um otário confiou e agora vê-se o resultado.
Que herde da mãe os olhos e o gosto pela poesia*

terça-feira, agosto 21, 2007

Tudo tem um fim

Aguentei-me bem, mas agora o objectivo é outro.

Saudades dos 40% e dos cafés prolongados!

Beijo com sabor a chuva ;)

quinta-feira, julho 19, 2007

Conchas


Sinto, ao fim do pôr,
A areia quente sob a planta dos meus pés.
As conchas, emparelhadas,
São eternas saudades...
Outrora cobertas pelas águas,
Agora iluminadas pelo dourado da Vida.

03/05/07
Glaukwpis


FUI!
PARA LONGE!
FUI MESMO!

Sombras


As sombras passam,
Arrebatadas, trémulas e despercebidas.
Vindas de um passado,
Arrastam no presente a solidão.

O desespero aglutina a dor,
Que desencadeia o medo,
Que solta a angústia,
Beijando o sofrimento.

Assim são os amores:
Sombras de um passado,
Que teimam aterrorizar o presente.
03/05/07
Glaukwpis

quarta-feira, julho 18, 2007

:D


É extremamente simpático, com direito: a um papagaio alucinante, que emite os sons parecidos aos dos carrosséis das feiras populares, um casino mesmo por trás, um mar bem pertinho e uma árvore com cheiro a mijo de cão! PERFEITO!
A “bola nívea” que eu tanto falava é a mais próxima e a melhor de todas. Outras virão, teremos que descobrir e acreditem que a tarefa será maravilhosa.
Vou sexta, na companhia do meu bom amigo e companheiro de vinho verde. Lá iremos percorrer as máquinas do Casino, os bares, o areal, as lojas, as barraquinhas dos monhés ( nada contra eles, mas gosto imenso do termo), a praça, pois temos que arranjar peixe fresco e alho francês para os “jantares bêbedos”... Só não sei se conseguiremos subir as escadinhas em caracol. Acho que iremos ficar pelo sofá, ou pela banheira!

domingo, julho 15, 2007

Chuva



Também houve noites de chuva,
Que inclinávamos a cabeça ao alto,
Sentindo as gostas,
A pressão avassaladora do impacto
E de seguida a leveza da carícia que ela nos fazia.

Éramos felizes,
Inconsequentes,
Verdadeiros,
Dedicados.

Mas como a chuva:
Passou.

Destes dias chuvosos,
Recordo simplesmente do frio,
Que me deixa petrificado,
Como se fosses tu tal Medusa.

Congelei,
Tornei-me pedra.
É frio.

Fui Perseu, (in)felizmente,
Mas tornei-me pedra.


Glaukwpis

sábado, julho 14, 2007

Tardes


O solo está quente,
Como naquela tarde,
Que ambos caminhávamos descalços
E víamos toda uma imensidão de seres,
Que aos olhos de muitos,
Estavam ocultos.

É esta beleza que tenho na memória,
Quando caminho,
Descalço,
No chão quente,
Com cheiro a sal.

Outras são minhas,
Estas mesmo ocultas,
No meu íntimo,
Nas minhas memórias,
Das nossas tardes,
Quentes,
De pés descalços.


Glaukwpis

segunda-feira, julho 09, 2007

A preferida.




Como sabemos se encontramos alguém, se formamos um casal?
Há a teoria das mãos, do encaixe, mas eu pergunto-me:
Não será mais perfeito encontrarmos, antes, as nossas vidas?
O casal acaba, a vida também, mas pode perdurar na memória, de forma saudável, duradoura, como o bronze.
Não quero ninguém.
Quero a minha vida, a minha história.
Basta descobrir como salvá-la.

sábado, julho 07, 2007

SÁBADO /di/ Sol, lá lá lá !!!

Há muito tempo que não bebia um Beirão!
Acordei ressacado, com pouca paciência e afinco, para dar explicação, e decidi mandar o puto embora. Que goze o sábado dele, pois eu quero gozar o meu.
Sim, vou trabalhar, mas antes, vou estar umas poucas horas no sol a beber um Beirão servido pela minha mãe!
Há sábado matutino mais boémio? Não, pois eu sei que sou o Rei. E se acharem que não, metam então uma rolha e não voltem a ler o blog, pois sou assim e muito me honro e, sobretudo, gabo de o ser!
Adiante... Há esplanadas mornas durante toda a noite, a espera de clientes. Divirtam-se, saiam. Não finjam que são felizes, quando não o são. Delicioso não é fazer o social pelo social. Mostrar às pessoas que estão bem. Delicioso é sentar, deixar que a conversa flua, bebendo o que quiserem, até mesmo água, e sorrir, de forma valiosa aos amigos, conhecidos e até estranhos das mesas ao lado.
Prezei, durante anos, ser o “amigo de toda gente”. Mas, de facto, não sou. Gosto de sinceridade, das lágrimas claras a borratarem os olhos pintados. Gosto do toque na pele, quando fincam uma ideia importante. Gosto do piscar de olhos numa ironia perfeita e pouco perceptível aos restantes da mesa.
Hoje é sábado.
Divirtam-se!
Ahh, a imagem? É como sou. Com a mania, inteligente, sem paciênica, lindo, simpático e o resto vocês sabem*

sexta-feira, junho 29, 2007

Camões, vamos beber um copo?






É pela noite que vemos o sentido das palavras,
Formadas de sombra e fumo,
Palavras profusas de um encanto inesperado.

É um momento de reflexão,
É o momento de solidão,
Medida, desmedida, exagerada ou fugaz.

É o momento da mudança.
Da escolha.


Glaukwpis
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Bom, não é muito normal publicar duas coisas ao mesmo tempo, mas como não tenho muita paciência para tal, fica aqui despachado o que tinha para hoje.

Caso não saibam, Camões não foi tomado louco no seu tempo. Era e é o vulto da Literatura Renascentista Portuguesa, isto é, o MODELO do Renascimento no nosso país. Foi o único capaz de escrever uma epopeia aos moldes clássicos, inspirando-se e “contaminando-se” pela Eneida, de Virgílio.
Versos também escreveu, à sua moda e muitos, os mais complicados e incompreensíveis não são da autoria, pois muitos escreviam naquela época, e como não assinavam, por medo ou por inteligência, muitos “letrados” decidiram dar-lhes o nome do Mestre dos Mestres do Renascimento. Felizmente, estudos foram feitos e chegou-se à conclusão que tudo não se passou de falta de técnica de análise.
Quanto ao Rei da época, não é verdade que ele tivesse dito que Camões não soubesse escrever... por favor, não estraguem a história! Ele foi de tão grão mérito na época, que o próprio rei ordenou-o que escrevesse uma obra que exaltasse os feitos heróicos dos portugueses e aí nasceu Os Lusíadas.
Para qualquer duvida, contactem a Professora Doutora Rita Marnoto, que é nada mais nada menos que a maior estudiosa, ou melhor, em termos acadêmicos, a especialista de Camões em Portugal, Europa e terrinhas perdidas pelo mundo. Ela é docente em várias universidades portuguesas e é convidada a intervir em várias fora do país. É também correctora do Dicionário de Literatura Portuguesa e para finalizar e encher os meus peitos e honrar o meu canudo, anel e certificados: FOI MINHA PROFESSORA.
Não escrevo de forma rebelde, nem com um tom de arrogância, mas sim com dor de ver que há pessoas que andam enganadas, que são portuguesas e não conhecem os nossos autores.
Camões foi considerado maluco, por amar, não por escrever prosa... melindrosa e perfeita.

Aqui fica um dos meus preferidos:



Quando me quer enganar

Quando me quer enganar

A minha bela perjura,

Pera mais me confirmar

O que quer certificar,

Pelos seus olhos mo jura.

Como meu contentamento

Todo se rege por eles,

Imagina o pensamento

Que se faz agravo a eles

Não crer tão grão juramento.

Porém, como em casos tais

Ando já visto e corrente,

Sem outros certos sinais,

Quanto me ela jura mais,

Tanto mais cuido que mente.

Então, vendo-lhe ofender

Uns tais olhos como aqueles,

Deixo-me antes tudo crer,S

ó pela não constranger

A jurar falso por eles.



Luís de Camões


É o que sinto.
Porra, hoje tomava mesmo um copo com Camões...

quarta-feira, junho 27, 2007

Breathe


É disto que tinha saudades.
Brilhante, revigorante e muitas outras palavras sufixadas em -ante!
Beija-me, acolhe-me!

terça-feira, junho 26, 2007

Lenta destruição

Ela chega amanhã as 8h30, sem ânimo e força.
Um caminho demorado lhe espera,
Com olhos molhados e sufocados,
Aonde uma mãe descansa, de um sofrimento eterno.

Foi há uns anos diagnosticado,
Infelizmente não curado. Levaram-lhe a vitalidade, os cabelos, a paciência e a vida.
Deixou dor, mágoa e saudade.

É preciso força, abstinência de lágrimas e solidariedade.

Que faça boa viagem.

segunda-feira, junho 25, 2007

Porque sou assim



As imagens explicam o que eu não consigo definir.

Voltei e sem paciência!

Acho imensa piada... agora andam por aí a utilizarem expressões latinas, sem, por vezes, as adequarem da forma mais correcta, ou utilizando casos em que as funções sintácticas não estão de forma alguma de acordo. Até mesmo em jornais e revistas. Custa também ouvir... expressões tão belas ditas de forma tão seca, bruta e sem harmonia sonora. Ok, o latim, de facto, não é uma das línguas mais belas de ser ouvia, mas dada à sua complexidade, a sua teia gramatical tão melindrosa, deveria ser dito com pompa e utilizado de forma mais suave em discursos mais solenes e não tão corriqueiros, que eu próprio tenho lido.
A trocaa de vogais por consoantes também é uma constante, para não falar de expressões que são corridas à pontapés e transformadas num misto "portu-latino", do tipo: "Currículo" Uitae. Meus carros, a expressão latina é Curriculum Vitae, que à letra significa currículo de vida. Vamos lá apontar os erros:

- Em latim não há acentos gráficos, só sonoros, na pronúncia, entendem? Se não entendem dou explicações a 70 euros por mês;
- Escreve-se Vitae, embora lê-se Uitae. Em latim utiliza-se i e u para as minúsculas e o J e o V para as maiúsculas, respectivamente. São regras ortográficas não estou a inventar e se quiserem, dou explicações a 70 euros, como já disse em cima, e utilizo material de apoio credível, como gramáticas do mais alto nível, que os coitados dos meus pais se esfolaram para as compar;
- Quando quiserem utilizar a expressão no plural, basta escreverem ou pronunciarem Curricula, pois assim estão a passá-la para o mesmo caso ( nominativo), mas para o plural. A palavra é da segunda declinação neutra e como tal tem “regrinhas”!

Outra palavra é Forum.

- É Forum e não "Forúm". Enquanto espaço de comércio, como os do Latium e depois os espalhados pelo Imperium Romanorum, é escrito sem acento gráfico.
- Procurem no Google “Forum de Trajano”. Verão imagens lindíssimas do que foi outrora um verdadeiro Forum à maneira romana. Felizmente temos arquitectos que não se esquecem da verdadeira origem da palavra arquitectura e remontam os novos os espaços comerciais aos antigos clássicos, mesmo que por vezes a estrutura arquitectónica não seja a mais parecida aos moldes inspiradores. Mas, infelizmente, isso tem a ver com a raquitectura urbanística e confesso que sei muito pouco do assunto.


Os que lerem isto tudo e que não tenham qualquer formação humanística, façam o favor de corrigir as pessoas, pois só vos fica bem, afinal não é qualquer um que sabe a língua do Imperium Romanorum. Sim sou arrogante e armado em pedagogo, afinal tenho um documento certificando-me para tal. Não é uma questão de mania, elitismo, sabedoria ou qualquer coisa que vos pareça. É uma questão de língua. Não a latina, mas a protuguesa.

Bom almoço, pois já me chamam do Triclinium...

sábado, junho 09, 2007


É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros
e a luzimpura, até doer.
É urgente o amor,
é urgentepermanecer.
Eugénio de Andrade

sábado, junho 02, 2007

Sol, cor, transpiração!
Ginásio, explicação, trabalho!
Copos, noites quase-de-verão, divertimento!
Sonhos, desejos e fim-de-semana!

Ocupem-se porque eu vou andar bem ocupado ;)

quinta-feira, maio 31, 2007

Tio Aguiar e Silva

Agradecia que deixassem de ler os poemas aqui postos como diários pessoais da minha vida. Agradecia que lessem sobre literatura e se formassem um pouquinho. Mas como sou professor de várias coisas e também literatura, posso dizer aos mais incautos que a literatura é mais do que uma arma com letras, palavras e sentidos. A literatura é sensibilidade, é a capacidade de um "eu" por nas palavras o que sente e o que deseja. A literatura para mim é um misto. Lê, saboreia, entende ( se verdadeiramente a entende) e digere-a com serenidade e sobriedade.
Também é discutível que na literatura o "eu" tem por norma deixar cair um pouco do seu íntimo. Não digo que não... pois são as suas vivências, os seus escapes da sociedade que escorregam pelos braços, sobre os dedos, saindo para o papel, de forma discreta, são postos sobre formas, regras... ou não! Há teóricos que acreditam nisso... e eu também. Não por ser formado, e felizmente bem formado, que digo isso. Digo por experiência. Não o faço como forma de diário, senão faria-o num, que felizmente sei as regras para tal.
A literatura tem dessas coisas. Essa forma de mover sentimentos: nomeadamente o amor e o ódio, primos distintos vindos da mesma família.

Entretanto, se tiverem dúvidas, por favor leiam I. 1.5 ( "Problemática de uma definição referencial de Literatura"), 8.ª Edição, in Teoria da Literatura, de SILVA, Vitor Manuel de Aguiar. Ele foi o mestre!

Boa quinta, vivam as vidas como na literatura: quando se fartarem, bastam fechar o livro.

quarta-feira, maio 30, 2007

A inveja fortalece

As palavras são ditas com ódio,
Raiva, inveja e desconfiança,
Como que misturadas num caldeirão,
Num feitiço amargo e maléfico,
A espera que se concretize,
Que se torne real.

Do negro do fumo, arrancado das tuas palavras,
Sinto ódio e sofrimento.
Do beijo doce de quem eu amo,
Tais “amarros” se desfazem,
Deixando-me livre e de coração aberto.
Aberto, livre, e lunático pelas sensações que me rodeiam.

Amo quem me quer livre,
Amo quem me rodeia com bondade,
Com um sorriso infantil, com cores garridas e unhas e lábios vermelhos.
Amo, simplesmente, sem doença, sem apertos no peito...
Amo e a inveja se instala.


Glaukwpis

terça-feira, maio 22, 2007

Pudesse eu

Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes!



Sophia de Mello Breyner Andresen
( Há dias assim)
:)

sábado, maio 19, 2007

Qual Maria Antonieta...



Tenho dores,
Daquelas que sinto a pele franzida,
A humidade das gotas de sangue
A escorrerem-me pelas costas,
Que pelas tuas unhas,
Senti-me, metaforicamente, no Hades.

Vi celebridades, reis e grandes senhores,
Não havia deuses...
Se não contarmos a nós...

Momentos contraídos e dedicados,
Que com pequenos beijos acariciava-te a alma
E sentia os teus caracóis entre os dedos.

Momentos de um passado,
Recordados num presente,
Esperando, não sei o quê...

A tua ausência nas manhãs magoa-me,
O fumo do cigarro desapareceu,
O teu beijo ficou,
Tal como o verniz encravado na minha pele.
Glaukwpis

segunda-feira, maio 14, 2007

Beijo-sangue.


Passa-me a mão pelas costas,
Percorrendo da coluna até a nuca,
Aonde depositas um beijo vermelho escuro
Marcando-me como teu.
Despois abraça-me,
Dando esperança de ficares mais um pouquinho
Até eu adormecer...
Não vás, fica,
Não me soltes, cobre-nos,
Tenho frio.
Glaukwpis

quinta-feira, maio 03, 2007

Sobre a lâmina caminho


Sobre a lâmina caminho,
E deslizando como que num rio gelado,
Deixo a minha marca de sangue,
Dor,
E sofrimento.

Há a necessidade de dor,
Há uma angústia preservada,
Há uma meta a atingir,
Há muito sangue para tingir.

Das manchas, recordo o meu caminho,
Da dor, o meu sofrimento.
E do gelo, ou lâmina, ou vida?

Momentos.
Glaukwpis

quarta-feira, maio 02, 2007

Breakfast


Ok, ao almoço como filetes de pescada
:D
Há dias que não choro, há dias que lacrimejo,
Por causa de saudades, alegrias e palpitações
De um passado inusitado, de ousadas palavras
De ousadas alegrias.

Há dias que choro
Por necessidade da saudade, alegria e palpitações
De um passado remoto, dorido e escondido
De miseráveis recordações e de encarnados lamentos.

Que se misturem sentidos, que se movam e desapareçam
Deixando-me viver, sem choro, mas sim com lacrimejo
Lacrimejo da saudade e da recordação de uma estupidez
De um contentamento desmedido e infantil.

Glaukwpis

segunda-feira, abril 30, 2007

E assim foi o sábado e o domingo!




Com espírito de aventura e mudanças, metemo-nos no carro e seguimos em direcção a cidade dos estudantes.
Motivo?! Felicitar, pessoalmente , o Telmo, pelo seu percurso académico e para curtirmos a primeira noite da sua última queima.
Resultado? DO MELHOR!

A caminho de Coimbra, por entre conversas, desabafos, lamentos e muita pimenta, escondida, por palavras tremidas e ousadas, eu e a Sof nos enganamos na merda do caminho e fomos em direcção a Lisboa... felizmente, ao fim da portagem estava uma rotunda e a inversão do sentido de marcha foi feito de forma segura...
Ao chegar em Coimbra, tocamos todas as campainhas, menos a do Telmo... que não acreditava estarmos lá no primeiro andar... QUE FILME.

Instalamo-nos no sofá, cuja a mesa sustentava a maçã da Sof e o meu licor... demos um jeito nas nossas imagens e chamámos o táxi! Os multibancos estavam marados de todo, felizmente eu ainda consegui levantar uma nota, que me acompanhou, religiosamente, toda a noite. O bar era do melhor: caloiros, rasgados, ex estudantes e pessoas como nós: amigos! Das melhores imagens que recordo desta noite, é ver dois rasgados sustentarem em cima da coluna os seus braços descobertos e firmes com copos a gritarem: ACABEI! Ahhh, também havia uma rapariga, que como uma prostituta de cabaré, dançava a frente do namorado ( de joelhos), ou agarrada ao pilar. Sim, um pilar, não era outra coisa, pelo menos à nossa frente. Paramos de beber sob pressão de um medo que nos assombrava: a falta de dinheiro, pois só tinha conseguido levantar uma mísera nota de 20! Resultado, chamamos o táxi e lá para as 5h e tal estávamos novamente no sofá...
A melhor Marte, o clímax foi quando a Márcia, uma amiga do Telmo resolveu acordar do seu sono profundo e juntar-se a nós naquela madrugada.
Esperamos, pacientes que ela chegasse... eu comia pães de queijo com fiambre, queijo e molho de tomate, acompanhado de um gelado, cheio de gelo, e uma lata de coca-cola que tinha comprado numa máquina na praça!
Ela chegou, veio e venceu ( sim, é uma frase de César)... E lá proporcionamos uma noite ALUCINANTE!
Acham que acabou?!?!?!?!
Eu não dormi um único momento e tive que tomar um banho para ir à Missa da Bênção e para piorar, fazer cerca de 50 minutos de caminho de regresso... para TRABALHAR!
Só dormi 1h hora, das 19h às 20h, no armazém...

Resumindo: Como diz Martinho da Vila: Viver, sem ter a resposta de ser feliz...!


Telmo e Márcia: Parabéns e VIVAM!
Sof: nós vamos VIVER mais, ai vamos sim, podes ter a certeza!
Está dito!

segunda-feira, abril 23, 2007

sábado, abril 21, 2007

Dor negra


De um avermelhado, castanho, negro
De uma dor intensa que vem da terra
É a mistura de sentimentos e preconceitos,
É o condensar, bruto e arrebatador de dores.

Nos teus olhos vejo tranquilidade,
Embora, pequenos rasgos de sangue, dor e repulsa se avistem,
Por uma tranquilidade perturbada e abalada,
Que em ti calcaram, revoltaram sonhos simples.

Dor de um passado,
Agitação, trémula de um presente,
Em que sonhas com as palmas lívidas, puras e iguais.
Com a igualdade, respeito, admiração,
Com um beijo dos filhos,
Com o colo negro, liso e doce da esposa,
Com a terra lavrada, diante dos teus olhos.
Bom sábado*

 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...