quarta-feira, abril 23, 2008

Véspera do 25


Estive a falar com o T. e saiu-me: Ainda bem que tivemos um Salazar, pois, se o filho da puta não tivesse existido, não teríamos hoje o feriado do 25 de Abril.
Amanhã é um dia cheio: trabalho, trabalho e trabalho, mas depois, lá para o meu fim do dia, meto-me no Yaris e vou eu para a Cidade Berço.
Oxalá não chova...

quinta-feira, abril 10, 2008

Adios, Maldito!


Menos um siso, lá se foi o juízo!
É verdade, ontem, ao fim da tarde, perdi por completo a compostura, ao ponto da coitada da Dra. Coroado pensar que já tinha falecido sobre a cadeira. Transpirei como um porco, perdi a nocção do meu rosto e fui, constantemente, assombrado pelo meu segundo ano da Faculdade, que à semelhança do dia de ontem, arranquei um siso. Não desmaiei, nem fui para casa de taxi! Agora que eu estava a compreender as noções básicas da dor e da agonia, descobri que não tenho mais nenhum para arrancar!
Pode ser que agora, sem atino nenhum, consiga a vida desvairadamente alucinada que sempre ambicionei!
A dor ainda cá anda. Estou a trabalhar, que remédio, afinal quem n trabuca, não recebe!

quarta-feira, abril 09, 2008

Y + guaçú


Ao ver um pequeno documentário, posto, pela 1/2kg, na /Residencial Medrosa, recordei-me de mais alguns momentos que fizeram parte da minha infância.
Em pequeno, por volta dos meus 11 e depois 13 anos de idade, fui ao Paraguai, a Argentina e ao Uruguai. Verdadeiras lojas chinesas, instaladas ao lado do meu país, que deliciam qualquer um com belezas naturais e preços surpreendentemente em conta.
O roteiro era simples: compras e visitas às cataratas do Iguaçú. A maravilha das maravilhas naturais que até hoje vi.
Trata-se de um conjunto de quedas de água. A melhor parte é a Garganta do Diabo, localizada no Parque nacional do Iguaçú, localizado na fronteira do Brasil e da Argentina. Há, no entanto, movimentos para a mudança do nome para Voz de Deus. Confesso que suscita-me mais fantasia a actual, pela brutalidade da queda e a atroz correnteza. Coisas que somente sentidas em loco têm uma compreensão.
A primeira vez que lá fui tinha um toque de magia. Fui com a minha avó Marisa. Havia um reboliço no elevador. Tivemos que descer pelas escadas. Dizia-se que a Princesa Diana estava em visita com os filhos. Não vi nada. Naquela época acreditei. Porque não?
Descida as escadas, voltearmos um restaurante pelo nosso lado direito, para uma plataforma onde vislumbrámos a maior maravilha natural das nossas vidas. Os meus olhos e os da Mel brilhavam. Felicidade e medo se instalavam sobre nós. Medo pelo respeito à natureza, pois muitas pessoas, querendo ver mais do que podiam, debruçavam-se sobre o peitoril. A visão era simples, mas surpreendente: vários véus de noivas, postos nos nossos olhos, borrifados com uma humidade avassaladora, com arco-íris instalados sobre o branco e o castanho do barro que escorria. Eu apertava as mãos da minha avó, que não tinha pudor em segredar com a minha mãe a alegria por nós vivida.
Mais a baixo havia uma passarela que dava no centro do rio, onde os mais astutos se aventuravam, em prol de uma foto central, com pano de fundo a Garganta. Da segunda vez quue fui, já não havia passarela. Tinha sido devastada por uma cabeça d’água. Tinha levado alguns turistas. A magia transformou-se em desagrado.
Iguaçu, em Língua Guarani, deriva de Y ("água", "rio") e guasu ou guaçu ("grande"), significando, literalmente água grande, ou seja, rio de "grandes águas".

terça-feira, abril 08, 2008


Ontem um indivíduo, natural de S. Pedro do Sul, espalhou o pânico pela cidade de Viseu, matando o responsável da Moviflor e, de seguida, dando tiros na Dependência de Viseu, da Companhia de Seguros Açoreana.
Dizem, nos jornais, que os 5 funcionários da Companhia se esconderam por baixo das secretárias e um mediador, que fazia pagamentos, teve o sangue frio de desarmar o sanguinário.
Dos 5, conheço 4. Não sei se agiria da mesma forma. Não sei se ficaria pasmo a olhar para a arma em riste e desvairasse nas minhas memórias ou nas minhas imaginações. Não sei se ficaria inerte, como em frente a Tv., sem pensar, a vegetar. Não há explicação. Não há forma de prever como agiríamos.
Vive-se, actua-se ou não.

segunda-feira, abril 07, 2008

Past Simple


Decididamente devo andar com alguma doença que me afecta a vitalidade e me põe sonolento e sem genica para as coisas mais básica: como tomar banho, calçar-me e até cortar as unhas. Calma, ainda tenho bom aspecto e um ar limpo. Só tenho preguiça. Arrasto-me.
Para corroborar com o meu estado vegetal, ouvi na meteorologia que haveria trovoadas para Viseu. Aquele fenómeno que me deixa prostrado na janela a ver aquele rasgo incerto e profundo. Quando pequeno, punha-me de joelhos no sofá, de frente à janela, a verem os raios que lambiam e deslizavam sobre os fios de electricidade, onde geradores explodiam e eram acompanhados por chuvas de faíscas, que pareciam purpurina. Eu olhava para a minha mãe, ela esboçava-me um sorriso e dizia sempre: já fechaste a janela do teu quarto? Hoje as ruas vão encher.
Normalmente era calor. Não me apetecia fechar a janela e ligar o ar condicionado era um perigo. O alcatrão cheirava a piche queimado. As pessoas vinham a rua refrescar-se. Ninguém era corrompido por nenhum raio. Os mais novos brincavam e havia até quem pusesse baldes para encher, no intuito de depois servirem-se da água, para limpezas, ou para as plantas de casa. Havia alegria.
Agora, vejo por dentro do escritório um céu incerto. A espera da vitalidade daquelas pessoas que me contagiavam. Daquela gente parte de mim. Das “gentes” da minha terra.

sexta-feira, abril 04, 2008

Ao som de Jazz


Diaba,

Desculpa a minha falta de tempo e a minha indelicadeza em não te responder a mensagem, mas como deves calcular, tenho tido muitas alminhas aqui no Tártaro para maltratar.
As coisas correm, com a graça do nosso mentor, o seu marido/amante, o todo poderoso Hades. Tenho uma nova cria para semear, mas oportunamente dar-te-ei novidades. Penso que, se tudo correr bem, ainda hoje trocamos mensagem, no intuito de marcar uma hora, lá para as tantas, para pormos em dia as nossas coisas e, obviamente, o nosso Bianco em dia. Uma conversa sem Bianco não corre nada bem. Pois, como sabes, quando estou dentro da minha verdadeira pessoa, embriagado e com os olhos garços – não iria eu me chamar Glaukopis - , gosto de por a língua bem bifurcada. Veneno me falta, mas nós, filhos e seguidores do todo poderoso, não podemos ter tudo.
Como anda a Viúva Negra? Sim, é ela! Aquela que partilha os calabouços contigo e tem uma picada fatal quando quer. Também tenho saudades dela.
Bom, faz-se tarde e eu, como agora dei para pôr em ordem as minhas tarefas, e como se avizinha o fim-de-semana, tenho que levar a bom termo o meu expediente.
Mais tarde mando mensagem.
Prepara o espírito, pois, logo, conto contigo.

Semente do mal.

 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...