sábado, julho 31, 2010

Para o Olimpo

Depois que assim falou, partiu Atena, de olhos garços ( glaukwpis),
para o Olimpo, onde se diz que fica dos deuses a eterna e segura
mansão: não a abalam os ventos, nem a humedece a chuva;
não se acerca dela a neve, mas um céu brilhante
se abre sem nuvens. Uma luz alvinitente se derrama por cima.
Aí se deleitam todo o tempo dos deuses bem-aventurados.
Para lá se retirou Atena, depois de falar à donzela.

Odisseia, VI, 42-47
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Quero manter-me no Olimpo, ao lado de Atena, para que as adversidades não passem ao meu lado. Havendo ventos, chuva e neve, enconstar-me-ei do seu lado direito, beijando-lhe a mão, na esperança de dias menos penosos. Ficarei lá, até que me sinta confortável para continuar a minha caminhada. Se me apetecer, continuarei lá, eternamente.

sexta-feira, julho 30, 2010

Arroz de Pato

Já falei sobre os dias de sol, sobre os seus efeitos. Contudo, fico por aqui. À espera que não seja só o sol a lamber-me as costas.

Continua,
Continuarei,
Dia após dia,
A dar-te luz.

Se o sol não brilhar,
Não acenderei a luz,
Pois prefiro o teu natural.

terça-feira, julho 27, 2010

Fim da recta?

No fundo da recta há uma bifurcação. Há que escolher o caminho mais sinuoso ou o com alcatrão desfeito. Para trás, fica uma recta imperfeita que me era aprazível, com algumas árvores que me deram sombras, outras que me davam pena, por ter o casco dorido e os galhos despidos. Não as vi fartas de folhas verdes, nem esplendorosas. Vi-as, simplesmente, despidas e sem vida. O caminho será escolhido, mas não sei qual seguir. Ficarei mais um pouco parado a olhar para o mapa e a tentar decifrar qual o mais rápido, independentemente, das adversidades que me possam aparecer.

As metáforas vão aparecendo, umas mais directas do que as outras, basta-me ter a Pragmática bem estudada para que possa analisá-las e compreender-lhes o sentido, de acordo com a tua comunicação. Espero não me enganar. Espero que este caminho seja menos penoso do que me parece. Quero sentir-me confortável na caminhada, apaixonado pela estrada. Só depende de ti e da forma da minha condução. O início parece simpático.

Continuará?

Optei pelo sinuoso. O alcatrão queima-me o peito.

sábado, julho 24, 2010

Recordações

Acordei já passavam as 4h, com frio, sono, mas com vontade de ir. A estrada definia silhuetas extravagantes, onde me sacudiam de um lado para o outro com um único iogurte e meio copo de sumo. O meu estômago ressentia o chocalhar e os picos de dor de cabeça eram leves. Mantinha-me. Desdobrei o mapa que o meu pai me dera e seguia com o dedo o risco amarelo da nacional até Beja. Passei igualmente pelo IP2. A atmosfera revelava o laranja habitual dos dias do Alentejo. Recordo-me dos sonhos do monte alentejano, da viagem do sentido oposto, da minha digita que apagara as fotos e até do café fraco da residencial. Há dois anos que não vinha, mas a memória continuava fresca, lembrando-me das artérias, que ora pediam por sentidos únicos, ora por duplos. Estacionei à porta da EU e por espanto o portão estava aberto, deixando o claustro exposto e desprovido. Entrei, fotografei as janelas, recordei-me do meu concurso para Estudos Portugueses. A opção devia ao facto do Latim pesado ensinado nas salas frescas do edifício e pelas descrições que Virgílio Ferreira fazia das suas aulas chatas de gramática do secundário. A Morfologia e a Sintaxe eram coisas que desconhecia de forma metódica, mas Évora era um destino apetecível. A verdade é que entrei no Algarve e decidi i ficar em Viseu, ficando com uma pseudo-bolsa na FLUCP. Escolhas definidas que não influenciaram nada as minhas aprendizagens na área da Linguística.

Subi até o templo de Vespelano, tomei o pequeno-almoço nos Loios. Outrora fora um café e um cigarro, no fim de uma tarde. Na mesa ao lado tinha uma pivot com a filha. Parecia mais simpática. De facto somos diferentes de acordo com o mundo que nos envolve.

Desci até à Sé. A porta estava aberta, mas como a entrada à torre estaria ainda fechada, decidi descer mais, passar e fotografar a fachada da Reviera e acabar no Giraldo. O sol queimava as pedras e o alcatrão, fazendo sentir o vapor que outrora fora orvalho adormecido na cidade dos vestígios. Vestígios de uma história, de várias até, que me recordam os erros do livro de Latim do 10º e pedaços de mim e de todos aqueles que aqui passaram. Vou tomar mais um café pois tenho a torre, a Sé, a Capela dos Ossos, umas quantas Igrejas, um doce conventual, uma Fundação e uma quantas artérias que quero cheirar.

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No fim do dia, regressámos, juntos.

quarta-feira, julho 21, 2010

Dia

A noite foi menos penosa, respirei melhor, com pequenos abraços que me punham calmo e aconchegado.

Embora o dia começasse nebuloso, o sol apareceu e queimou-me durante alguns momentos, que me faziam ir à agua. Aproveitamos o bom tempo e saltámos do areal à procura do desconhecido, pelo menos para mim.

Deixámos as tralhas em casa, percorremos à beira do areal e atravessámos o rio ao encontro dos rochedos que picavam os pés e rasgavam o momento. Éramos 5, uns com mais performances do que os outros. Seguimos a trilha a procura dos caminhos. Houve quedas, transpirações, águas frias que nos cortavam as pernas. Tenho o pulso cortado, nada de valor em comparação às imagens que vi. Captei-as, assimilei-as e instrospectei , se tal termo existe no léxico português. Recordei a infância, aquando os meus tios em M.A. faziam-me caminhar com os meus primos e tio pelas trilhas. Não tive cachoeiras, tive o mar sempre do meu lado esquerdo, do meu lado que mais detesto e me é menos aprazível. Deixei de parte as minhas horas de seca de escola e estudos. Mantive-me livre durante horas e sem ressentimentos de estar a escrever sobre as patologias que assombram os dias das crianças. Elas que me perdoem, mas há dias não me apetece, simplesmente.

Descobri que lias o blog. De facto, tenho escrito sobre a minha vida pessoal. O blog anda chato e enfadonho, com momentos de trabalho e cansaço. Quando o criei, foi neste sentido. Era um estagiário desgraçado, depressivo, com uma mãe com cancro, numa cidade desconhecida, no fim de uma relação. Nada positivo. Mas o blog mantém-se, eu também.

Quanto à ti, há imenso para dizer, mas isso prefiro fazê-lo de olhos nos olhos, ou pelo menos em voz, sem que as coisas perdurem cá. Há coisas que não devem ser escritas, mas sim ditas, pois a escrita perdura, a voz fica na memória, na nossa memória.

Vou fumar o cigarro do meu pseudo-vício. Sei que não gostas, não me importo. Se for importante e te fizer muita confusão continuarás a ser pseudo. Que não sejas. Luto por isso.

Lutarás? Quero lá saber.

No fundo sabes.

Fármacos + oíkia

Desloquei-me à farmácia mais próxima e vim carregadinho de coisas. Tenho a cabeça mais leve e as narinas livres. Pode ser que consiga dormir sem funfar a noite toda.

Manhã

O dia nasceu sonolento, com uma dor dos olhos à nuca, onde a própia maresia sentia-se subjulgada ao latejares.

Vê-me de longe;
Saio da cama,
Faço um café e penso no meu cigarro.

O resto é um acaso. Um dos vários acasos que compõem o puzzle da minha vida.

terça-feira, julho 20, 2010

À beira

Evidentemente que as coisas não são de todo perfeições cristálicas, onde as formas lapidadas são milimetricamente definidas. As relações humanas são imperfeitas, confusas, doridas, avassaladoras, calmas, duradouras, ou finitas.
A areia esteve quente, o sol raiou e lambeu-me o corpo durante horas. Vim, tinha frio. Conversámos coisas triviais.
Apetece-me ficar. Até quando não sei.

segunda-feira, julho 19, 2010

Veni, vidi (vici?) !

Vim, vi, só não sei se irei vencer.
Contudo,
Como diz o outro
O sonho comanda a vida,
Por isso
E só por isso estou cá.
Citações,
Devaneios,
Contaminações,
Sonhos
E desejos.
Não é para isso que vivemos? Se não for, ando enganado neste mundo e a culpa é da minha mãe, por não me ter ensinado desde pequeno, da família, por não me ter reeducado, da escola/faculdade por não me ter formatado.
Dos amigos? Não contam, são simples acasos felizes da vida.
O mar bate.
Dorme bem.

sexta-feira, julho 16, 2010

Menos um

Já entreguei o relatório da minha Coordenação.
Depois de uma noite complicada, dirigi-me para a POC e alinhavei o dito documento. Troquei alguns mails, juntei mais anexos, revi o texto e citei Saussure e Virgílio. Coisas que ficaram no ouvido e que serviram como um chavão no último parágrafo sobre a importância da leitura.
Agora é terminar os trabalhos do Mestrado e apanhar o sol o dia todo.
Estou fora. Esgotado. Cansado. Completo.

quarta-feira, julho 14, 2010

Apetece

Apetece-me
Morder
A noite
Toda

Até
Conseguir
Sentir
O
Teu
Sangue.

Apetece-me.

Manhã

Começámos a fazer as prospecções para as visitas de estudo para o próximo ano lectivo. Estive reunido com o Grupo de História, na Torre do Tombo.
O objectivo foi ver as instalações e as três partes que compõem a exposição sobre o "Centenário da República". Penso que a exposição está mais adequada ao 3º ciclo. Os meninos do 2º vão passar uma seca tremenda.

Antes de lá chegarmos, eu e a S. parámos no Marques, descemos à Av. da Liberdade e bebemos um abafadinho e depois, na FL, umas imperiais. Recordámos o tempo de estudante e depois, quando o telemóvel tocou, corremos para a TT. Estivemos firmes, sonolentos, sem paciência para a "coisa pública"!

Amanhã é para Sintra e os abafadinhos da Piriquita, com uma bela almofada!

terça-feira, julho 13, 2010

Menos peso

Não sei o que me apoquenta, nestes dias de Verão, que me têm posto dentro da biblioteca a escrever coisas de que gosto, a investigar e a recolher informação importante. Se calhar é o stress que me corrompe o peito por ter medo de um futuro profissional, se calhar um afectivo, se calhar um dia de chuva, que me venha destruir os sonhos de um banho de sol numa costa qualquer.
A verdade é que consigo dormir as horas todas, o trabalho flui. Contudo, tenho o peito apertado, no fio dos meus dias, que são de luz, calor e vivências, que farão pó da minha vida.
A casa foi aspirada, limpa, a roupa arrumada e tenho a música aos berros, para que não pense no dia bom que tive, longe da praia. Sinto-me confortável, embora o nervoso miudinho ande aqui, de um lado para o outro. As férias poderão ser um escape. Poderão pôr-me longe, a olhar o ano construtivo e cansativo que tive. Mais umas semanas? Se calhar nem tanto.
Toca a enviar tudo para que consiga adormecer horas no areal, com o ipod a tocar, enquanto o sol lambe-me o pelo.

Reunião

Hoje foi o almoço na POC. Antes, tive de imprimir relatórios que não são meus, mas que fazem parte do meu relatório, que ainda não está, totalemente, concluído.
Tenho uma pseudo reunião não tarda. Trabalhos para o Mestrado, organização de férias, pagamentos, destinos, afins.
O que me vai custar são os trabalhos, mas penso que são rápidos. Se não forem meto música e inventamos umas quantas merdas para o professor.
Já não tenho paciência. O sono impõe-se.

Sem-se-não

Regressei,
Vindo com o sol sobre mim,
Por entre a sibilante de alcatrão,
Numa conversa pouco fluida,
Onde o sentido demonstra-se
Estático.

Continuarei,
Sem perceber,
Ao sabor do vento.

Apetece-me fumar,
Enrolar momentos entre a erva
Que fora cortada num qualquer campo Africano.

Durmo.

domingo, julho 11, 2010

Sem paciência

Poderia mentir, contar histórias ou até estórias sobre o dia de hoje. Contudo, apetece-me, simplesmente, deitar-me, despido, e dormir de lado até amanhã, seguir para a POC, terminar dois relatórios, meter-me na estrada e fazer uma tarde de praia.
Fico a imaginar se estivesse a leccionar no interior, com a quantidade de relatórios, registos, actas, reuniões... Não teria o mar, nem simplesmente o metro, que me leva a todo o lado. Passaria os dias no terraço de minha casa, a apanhar banhos de sol. Aqui tenho a imensidão, o descontrolo frenético dos dias, os cafés, almoços e jantares do nada, que me põem no duche de 5 minutos. É disto que gosto, é disto que quero, até quando não sei.
Sei que tenho falhado com algumas pessoas, mas também tenho falhado imenso comigo e é comigo que quero estar. É o tempo.
Do interior, tenho saudades dos pássaros, do cheiro da minha relva cortada e dos beijos da minha mãe.



- O dia de hoje?
- Passou.

sexta-feira, julho 09, 2010

E +

Uma semana cheia de trabalho e só me apetece dormir.
Ontem, a Escola + dinamizou uma tarde de actividades que prolongou até a madrugada, onde os alunos inscritos participaram numa festa. O fim foi um mega acampamento no ginásio da POC.
Como tenho alunos na E+, fui dar um pé de dança, nos rítmos africanos. Fomos recebidos com gritos e abraços. Levei, juntamente com a P., gomas, pipocas e afins. Levámos também algumas garrafas de martini, que souberam a néctar, enquanto os técnicos assavam chouriças. As crianças dormiam e nós festejavamos um dia de actividades, brindando a pedagogia diferenciada e através das actividades lúdicas.
Para a semana serão os dois últimos grupos.
Não apaeço, pois os meus alunos estavam todos no primeiro.

sexta-feira, julho 02, 2010

Resposta

Pergunto-me vezes sem conta o que ando aqui a fazer, para além de gastar cerca de 260 euros...

Resposta da I.:

Um certificado! Cala-te!



(Calo-me, mas n deixo de pensar)

 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...