quarta-feira, março 31, 2010

In Viseu

Ao fim de duas semanas de muito trabalho, reuniões e copos, meti-me no NG e vim para Viseu.

Da viagem, tentei fazer um paralelo com as que fazia quando regressava de Trás-os-Montes. Impossível… O sentimento de regresso à casa é, de facto, similar… a vontade que os kms avancem à medida que as curvas apareçam, que consiga sentir o cheiro a lenha das lareiras da minha aldeia e a casa cheia e barulhenta. Em vez de uma manta de retalho em tons de verde, castanho e de barro, das curvas sibilantes pelos montes, o rosmaninho que nasce por entre as pedras, dando uma tonalidade púrpura à beira da estrada, tenho, sem piedade, o alcatrão cinza e molhado.

Quando me perguntaram o porquê ser professor, respondi pelo amor ao ensino, pelos olhinhos e as bocas frenéticas numa sala de aula e, não menos importante, por poder conhecer o meu país. Sinto-me itinerante, de mochila às costas ( metaforicamente ) e realizado. Pode parecer redundante a história do feliz profissionalmente realizado, mas é o que é.

Vou dar uns beijos no meu sobrinho e ver uns quantos filmes que tenho aqui na estante da sala.

domingo, março 28, 2010

Uma família especial :)

Eu não quero ser um galo no fim da vida!
E tu, queres ser um jacaré macho que põe ovos?
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A tarde foi hilariante.

quarta-feira, março 24, 2010

Auguri

Tinha uma mensagem. Tentei telefonar e passados alguns minutos recebi a chamada.

Estás a aproveitar a formação, pareces feliz e contente com o teu destino e eu fico contente.

Que tenhas sempre sorte na vida e que brilhes, pois és uma estrela!

Parabéns.

Trabalho, trabalho, trabalho! :)

Acordei sem nenhum tiro e meti-me em 5 minutos na POC. Tinha as conjunções e locuções coordenativas para dar, testes para entregar e duas reuniões de departamento.

Por norma, cada docente pertence a um único departamento, mas, como sou diferente dos outros, pertenço a dois. A primeira reunião foi pesada com decretos, estratégias educativas e balanço das actividades do 2º período e projecções para o 3º. Não tivemos hora de almoço, mas como uma colega fazia anos, a condenadora autorizou-nos a fazer um almoço-festa. Lá estivemos nós a beber sangria de frutos silvestres, licoroso, tinto, a comer queijo, salgados e bolo de aniversário, ao fim de cantarmos um “Parabéns a você”, em gregoriano. Três ex seminaristas e um homem de clássicas… que figura. Não me recordo muito do meu tom, só sei que sentia uma onda sobre os olhos e peixinhos a nadarem sobre eles.

A segunda, a do outro departamento, que eu aspiro para o próximo ano, foi mais leve. Cheguei atrasado, a comer chocolate. Sentei-me sugadito, do lado da coordenadora, de boca fechada para não se notar o bafo. Fui destacado a fazer a Prova Globalizante, e respectivos objectivos, para o 5º ano de L.P.. Mas esta não foi a melhor parte. Foi quando ela disse alto, como lhe é característica a voz,

Não se esqueçam de entregar os relatórios do PNL ao coordenador!

Soube-me a ginja, isto se ainda caberia álcool dentro de mim ;)

Agora, preparo as auto-avaliações para amanhã. Tenho os níveis todos!

terça-feira, março 23, 2010

Coordenação aos tiros

Inicialmente, quando os ouvi, pensei que fossem estoiros normais, dos escapes dos carros, ou de uma fábrica. Contudo, eram mesmo tiros. A polícia passava de um lado para o outro. Agora são as ambulâncias.

Olho para a Reboleira, mas não vejo nada. O mais engraçado é que a P. convidou-me para um café e eu, por ter as orações coordenadas para preparar, decidi ficar em casa. Apetece-me criar exercícios sobre o que estou a imaginar, mas, como articulo bem os conteúdos temáticos com os do funcionamento da língua, utilizarei as figuras do Ulisses, de Menéres.

Parece-me que toda a esperança alicerçada nos balões de ontem não foi suficiente. Corre uma brisa cá no quarto. Apetece-me dormir com a janela aberta, mas com medo de me constipar, não dos tiros, terei de a fechar.

Amanhã tenho duas reuniões. Devaneios de uma profissão a olhar pelo e para o futuro.

segunda-feira, março 22, 2010

Poesia na CV

Hoje comemorou-se o dia da Poesia na POC.
Os alunos do 6º ano fizeram uma largada de balões no pátio central. Em cada um deles, havia um cartão com uma pequena poesia, a fim de celebrarem o dia e lançarem para céu palavras de esperança, em quadras bem ou mal escritas.
O melhor momento foi, de facto, ver, por entre nuvens e o céu azul, sementes da mesma cor, numa onda, que com a ajuda do Zéfiro, seguiam em direcção à Cova da Moura. Bailavam de forma harmoniosa, como que deixando metáforas e comparações nos telhados de um dos bairros mais conhecidos de Portugal.
Para lá, foram as mensagens que os próprios filhos, estigmatizados pelo sistema, escreveram.
Que continue a haver sentido. Sempre e para sempre para aquelas crianças.
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domingo, março 21, 2010

David Mourão Ferreira

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.

D.

Basicamente, ao fim de horas a olhar para a tv, tomei banho, meti-me dentro de uns jeans e fui ao bairro, sozinho. Consciente, leve e sóbrio.

Um com ressaca e outra com a mãe com 40 graus. Pensei que o meu sábado estava destinado ao sofá. Os sábados no sofá atrofiam-me e deixam-me moribundo no dia de domingo, sem paciência para pensar, preparar aulas e até ver tv.

Quando já estava a habituar-me às almofadas, a desgraçada acordou-me com o fatídico “tenha bom dia com Mukambo”. Tinha coisas combinadas. Dormi mais 1h, até que ela chegasse. Fomos.

Engarrafamento?

É a maratona!

Saiam da frente, trabalhamos para o ME! ( ninguém nos respeita)

Vamos para Oeiras?

Entramos no PD, compramos o que precisávamos. Regressámos. Já tinha dois à porta do prédio, com fome, com sorrisos nos lábios. Já não se viam há algum tempo. Preparámos o almoço. Bebemos. Bebi mais do que já estou habituado. Morri algum tempo no sofá até o telemóvel tocar e decidir, do nada, ir ao centro comercial.

Sono? Nem por isso, vou beber uma cerveja e ver os carros que passam a quase 80km/h. Acabaram-se os cigarros.

sexta-feira, março 19, 2010

O ESTATUÁRIO

Arranca o estatuário uma pedra dessas montanhas, tosca, bruta, dura, informe; e, depois que desbastou o mais grosso, toma o maço e o cinzel na mão, e começa a formar um homem, - primeiro, membro a membro, e depois feição por feição, até à mais miúda; ondeia-lhe os cabelos, alisa-lhe a testa, rasga-lhe os olhos, afila-lhe o nariz, abre-lhe a boca, avulta-lhe as faces, torneia-lhe o pescoço, estende-lhe os braços, espalma-lhe as mãos, divide-lhe os dedos, lança-lhe os vestidos; aqui desprega, ali arruga, acolá recama; e fica um homem perfeito, e talvez um santo que se pode pôr no altar.


Padre António Vieira, Sermão do Espírito Santo
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Para a semana os meninos do 6º ano têm um belo texto para a sintaxe.
Amanhã, de dia trabalha-se e de noite bebe-se.
Bom fds*

quarta-feira, março 17, 2010

Qual língua morta...

Hoje iniciei a leitura do Ulisses, da Menéres.

Os meninos parecem gostar e respeitar, com uma ponta de crença, os mitos gregos. Isso faz me encher o peito. Respeitam mitos, ideologias, compreendem as metáforas e assimilam novos conceitos.

Como muitas das palavras, nomeadamente os nomes da obra, são de origem grega, passo a fazer transcrições do português para o grego no quadro. Eles apontam e até marcam a acentuação, que era muita coisa que só compreendi bem no meu segundo ano de licenciatura. Não percebia as moras. O professor do primeiro ano, para além de piscar em demasia e ter um perfume antiquado, não explicava muito bem, o que, possivelmente, não me fez apaixonar, desde o princípio, pela língua helénica. Contudo, no segundo ano fez-se luz, graças às aulas do Cerejeira, os acentos entraram na minha cabeça, com todas as suas regras!

Acentuei correctamente, contei as moras, li e fi-los ler. Acho importante algumas explicações etimológicas, não todas, pois através delas podem compreender conceitos. Para não falar que deixo, pelo menos nas minhas aulas de Língua Portuguesa, o Grego Clássico respirar.

Amanhã há mais!


terça-feira, março 16, 2010

Para ti

Tenho pena de vê-lo a crescer de longe. E cresce tão rápido que me deixará à parte do seu desenvolvimento. Parece-me inteligente, esperto até. Com um ar vivaço e olhos bem abertos, a espera que se metam com ele, numa atitude de descoberta de interacções.

Parece-me. Contudo não sei. Quando telefono, oiço-o no seu bebelês, que deverá ter gestos frenéticos a um fio de baba por causa dos dentes que ainda não nasceram. Parece-me, simplesmente, parece-me, pois não conheço os seus hábitos, nem mimos ou manias.

Da última vez que o vi, não tive a oportunidade de o pôr a ouvir Palma, nem li um dos contos que ando ensinar. Falhei. Falhei nas conversas sobre a gramática. Não lhe contei as peripécias dos meus alunos. Não contei as noites que tenho tido, nem as pessoas que vejo na rua. Falhei.

Ainda pensei em passar o dia do Pai. Se calhar.

Não vejo a hora de chegar a Páscoa.

Sobre a Tailândia

Populares manifestam-se contra o Governo tailandês em Bangcoc de forma surreal, tirando sangue e preenchendo garrafões de água que são atirados à porta do mesmo.

Este tipo de manifestação leva-nos a várias interpretações e críticas. Uma delas é, de facto, a falta de sensibilidade de muitos destes manifestantes em não ser, de todo, dadores, deixando diminuir os bancos de sangue dos seus Hospitais. Outra, a poética, que mais me agrada ( porquê será?), a de um povo manifestar-se de forma completa, pondo litros de si sobre o asfalto, demonstrando o descontentamento vivido de forma intrínseca todo o seu desgaste. Há relatos dos clássicos, que antes dos grandes combates bélicos, sacrificam animais e banhavam-se no seu sangue, como forma de augúrio e pedido de vitória aos deuses. Pragmáticos… Neste caso, o dos tailandeses, não pedem a nenhuma divindade, mais sim aos representantes governamentais que vejam o sangue que estão dispostos a dar para os tirar de lá, ou manifestações metafóricas da quantidade de sangue desperdiçado em combates entre militares e civis.

É pelo chão em sangue que lutam, que manifestam, de forma poética, ou não. Se calhar não é nada disto e cá estou eu, mais uma vez, a inventar.

Tenho saudades de inventar.

segunda-feira, março 15, 2010

1

Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.

2

Direi do SENHOR: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei.

3

Porque ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa.

4

Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e broquel.

5

Não terás medo do terror de noite nem da seta que voa de dia,

6

Nem da peste que anda na escuridão, nem da mortandade que assola ao meio-dia.

7

Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti.

8

Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios.

9

Porque tu, ó SENHOR, és o meu refúgio. No Altíssimo fizeste a tua habitação.

10

Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda.

11

Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.

12

Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra.

13

Pisarás o leão e a cobra; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente.

14

Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o meu nome.

15

Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei.

16

Fartá-lo-ei com longura de dias, e lhe mostrarei a minha salvação.


Amém

domingo, março 14, 2010

Tarde

A exposição da Amália já saltou, mas apareceram mais peças da Joana, algumas das quais não conhecia e deu-me imenso gozo, principalmente quando o espaço estava repleto de gente. O melhor momento: quando fui contra uma parede, numa atmosfera quente, sem ar e escura. Coisas do G.

A poltrona de Aspirina dava-me jeito hoje de manhã, sobretudo quando a vizinha da frente decidiu vir cá fazer umas perguntas, com a sua voz arrojada, que mete inveja a qualquer trintão ressacado. Punha-a no meu quarto ( a poltrona!). Não sei é se durava muito tempo…

Dias para a poesia

Dia 21 deste mês é o dia da Poesia. O CCB terá um programa com uma feira do livro de poesia e algumas actividades, das 11h às 19h do referido dia.

Terá o apoio do PNL, do Ministério da Cultura e do Ministério dos Negócios Parlamentares.

Por isso, quem se quiser juntar, basta telefonar. Ler uns versos não faz mal a ninguém e até dá muito mais prazer do que um cigarro à janela.

A propósito de versos, ontem um amigo foi abordado na Baixa:

- Gostas de Poesia?

- Gosto.

( recebeu uma folha, leu com sentido e comprou a folha autografada)

É disto que precisamos nas ruas. Pessoas que vendam ideias e sentimentos. O melhor seria oferecerem, de coração aberto, mas com a crise que está, até é uma boa estratégia. Que ela tenha futuro e que, daqui uns anitos, seja estudada em LP.

Domingo

Foi engraçado rever, nos olhos e sorrisos, emoções infantis que também partilhei há muito e que, efectivamente, as pessoas, de facto, possuem traços similares de vivências.

Tal como me diziam, há dois dias atrás, as pessoas podem se ter conhecido noutro lado, ou até ter possuído uma ligação genética, que, passados anos, centenas de anos, se calhar, estão novamente em contacto. Um contacto genético de vivências infantis? Ou será, simplesmente, a sorte de termos tido infâncias majestosas? Não sei.

Hoje a tarde é em Belém. Há uma exposição no CCB da Joana Vasconcelos. Já lá está há algum tempo, já vi, mas acho que hoje fará mais sentido, para conseguir tirar algumas dúvidas, para poder dialogar, não de forma crítica, mas de forma curiosa. Penso que também se mantém exposição da Amália. Lindíssima, com panfletos publicitários epocais, peças do vestuário, nunca esquecendo do Regime, a maquilhagem garrida e os olhos descaídos que bem ou mal projectarem Portugal naquela época.

Vou compreender o porquê do novo logótipo. As cordas, linhas em círculo e pequenos nós. Uma contaminatio? A Joana inspirou-te?

Ok, também há pastéis. Mas como diziam os latinos quod scriptum est!

sábado, março 13, 2010

Sábado

Posso ainda ter a tela em branco, a espera, de forma paciente, que seja pintada. Contudo, os meus dias têm sido de sol, numa claridade plena, onde o céu, de cor de anil, reflecte atitudes, manifestações e actos escondidos.

O psicossomático afasta-se com as nuvens e o calor dos dias respiram na minha nuca, deixando-me mais leve e feliz com as escolhas que tomo. Não vi o Tejo, mesmo estando perto dele, mas senti, durante a tarde, as vozes que vinham de lá. Pode ser que volte a ser azul-esverdeado, basta acreditarmos, como em tudo. Como na vida. Como em mim. Como nas pessoas.

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Acredito.

Admiro.

Gosto.

Continuarei a respirar os dias,

Pois as tintas não tardarão.

:*

sexta-feira, março 12, 2010

Sem cores

É ridículo quando não conseguimos dar volta às situaçõe, virando para a parede e esperando que ela nos diga algo, ou, simplesmente, que nos saia uma luz.
Não há receitas, não há regras, não há estratégias para sairmos de lá, mas podemos sempre virar-lhes as costas por, pelo menos, cinco minutos, para vermos à nossa volta as cores do Mundo.
A tela continua branca, tal como eu me sinto, por inécia. Apoderecem-se os sentidos e as palavras surgem na minha cabeça, dentro de uma caixa bolorenta.
Falta-me algo. Felicidade? Por não reconhecerem que possuo as cores para a tela? Será que a tela contunuará branca? Sem vontade de ser pincelada?
Metáforas que dizem muito.

Respostas


Tenho sempre respostas às minhas perguntas.
Quando não as tenho, procuro-as.
Prece-me que o fds vai ser diferente...

quarta-feira, março 10, 2010

Reunião

de grupo de HGP. Estou com uma pedrada de sono. Já corrigi duas turmas, falta-me uma.
O sol fica lá fora e eu cá dentro a planificar o último período.




Sonooooooo ZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzz

terça-feira, março 09, 2010

Acredito

O dia teve vários momentos, mas o que mais me deu prazer foi o das conversas, onde conseguimos ver o que verdadeiramente as pessoas pensam, sentem e os medos que têm.

Quanto aos medos, temos de os pôr dentro de uma caixa pequena, escondida no fundo do armário, para nos esquecermos dela, ou quando ela for aberta, não nos cause tantos danos como a de Pandora.

Temos de acreditar em nós próprios e aperfeiçoarmo-nos nas várias áreas da vida, para que nos seja dado o reconhecimento. Se tal não acontecer, jamais deveremos baixar os braços e enfiar a cabeça na terra. Deveremos olhar para o horizonte. Sermos capazes. E se não acreditarmos em fantasias e felicidades, basta acreditarmos nas nossas capacidades.

Sei que nem sempre temos estes momentos de euforia, de desejo de expansão, onde as coisas parecem sempre uma caverna húmida e sombria. Mas as pessoas que estão à nossa volta servem para nos tirar de lá. Mostrar-nos caminhos, dar-nos força. O marasmo há-de desaparecer e os dias serão como os de hoje: quentes e com luz.



Fica aqui um poema da Mensagem, de Pessoa.



- Sabes porquê? Porque acredido nas pessoas que olham para a vida de forma poética.

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O mar anterior a nós, teus medos

Tinham coral e praias e arvoredos.

Desvendadas a noite e a cerração,

As tormentas passadas e o mistério,

Abria em flor o Longe, e o Sul sidério

'Splendia sobre sobre as naus da iniciação.


Linha severa da longínqua costa ---

Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta

Em árvores onde o Longe nada tinha;

Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:

E, no desembarcar, há aves, flores,

Onde era só, de longe a abstracta linha.


O sonho é ver as formas invisíveis

Da distância imprecisa, e, com sensíveis

Movimentos da esp'rança e da vontade,

Buscar na linha fria do horizonte

A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte ---

Os beijos merecidos da Verdade.



Fenando Pessoa.

domingo, março 07, 2010

Testes

Esta semana é dedicada aos testes. Testes e correcções dos mesmos! É uma semana dedicada à cafeína. Vou corrigi-los na Escola, para adiantar o trabalho e não levar nada para casa, para não juntar papéis no sofá, na cama, no wc e na cozinha.

- A HGP é sobre o século XVIII;
- Língua Portuguesa é o texto poético, nos dois níveis.

Vamos lá ver se na composição tenho pequenos poetas, ou, pelo menos, coisas coerentes.

*

sábado, março 06, 2010

intervalo

eu não disse que ele não esperava?!
Foi-se!
sentado, a ouvir os níveis teóricos de serviços educativos para apoios e inclusão de alunos especiais.

Há sol lá fora e ainda tenho de passar pelo jumbo e só depois aproveitá-lo. Não sei se ele tem paciência.
Eu não tenho.
Já cuspi papel. A I. Não se cala. Os outros não se calam.
Não tenho paciência !

sexta-feira, março 05, 2010

A.

Que a tua vida seja repleta de felicidade, onde as concretizaçoes profissionais e pessoais atinjam a plenitude.
Um abraço forte e que a tua estrela brilhe dia após dia.

quinta-feira, março 04, 2010

Eugénio no concurso

Viste como a I. leu tão bem as tuas palavras? Ela disse-me que te viu, sentado, no fundo da biblioteca, de olhos doces e a pele tão enrugada, que lhe deu um toque de leveza.

Saiu, daquele corpo tão pequeno, tudo aquilo que imaginei quando te lia no meu secundário. Não foi preciso uma voz eloquente, pois as tuas palavras valem por si, principalmente, quando ela cerrava os olhos ao dizer mãe.

Cerrava os olhos,

Apertava, contra o peito, as rosas da moldura

E contemplava-te.

4 de Março

Hoje foi dia de Greve.

Apresentei-me, como todos os dias, com os meus livros, portátil e aulas preparadas, sem vontade nenhuma de atrasar os conteúdos que programei. Contudo, lá tive que ficar o dia todo, sentado, a espera de ordens para ir embora, uma vez que não havia auxiliares suficientes na Escola.

Sentei-me num cantinho da biblioteca e adiantei um trabalho, para o fim do mês, e um teste. Fartei-me de ler coisas engraçadas, mas pouco simpáticas, com alíneas que foram desdobradas, termos que foram descodificados e compreensões que continuarão a ser feitas. Falámos sobre a avaliação de professores, enquanto o almoço demorava a sair. Tomámos café ao sol, com os olhos claros e cheios de esperança.

Pode ser que consiga dormir, pode ser que me dê outro animo. Todavia, há coisas que ficam cá dentro, que caem mal. Pequenas coisas que, à luz da compreensão dos outros, não fazem sentido.

Sou sôfrego. Tenho minhocas. Sei descodificar a pragmática, principalmente, quando a respiração é demorada e as palavras são escolhidas. Onde será que está o sentido de partilha? Não me chateio, só analiso e arranjo estratégias.

Faço um chá,

Fumo um cigarro

E mando um asterisco.

( Estas não são as estratégias)

terça-feira, março 02, 2010

Parabéns para mim!

Fez um ano que fui colocado.
Recordo-me do dia que atendi o telefone, do dia seguinte a andar de Viseu-Lisboa-Mogadouro.
Apresentei-me, arranjei casa e regressei. Foi um dia cheio, como os dias que tenho agora. Foi um ano em grande. O primeiro de muitos, que me fez apaixonar e não querer fazer mais nada da vida. Quero continuar a ENSINAR. A ter os vários olhinhos de um lado para o outro, com muita ou pouca vontade de aprender.
É um desafio cada dia, uma luta constante.
Te Trás-os-Montes, tenho saudades das paisagens, do clima serrano, do Douro que corria ao lado do meu carro. De Lisboa, gosto da confusão, dos poucos dias de sol e dos monumentos que fazem sombras gigantescas.
Quinta-feira é dia de greve. Não faço. Sento-me no sofá da sala de professores, a espera que toque, com os meus livros na pasta e o desejo miudinho de escrever exercícios no quadro.

TPC Feito!

Efectivar aparece referenciado no Dicionário da Academia *

 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...