Ao fim de duas semanas de muito trabalho, reuniões e copos, meti-me no NG e vim para Viseu.
Da viagem, tentei fazer um paralelo com as que fazia quando regressava de Trás-os-Montes. Impossível… O sentimento de regresso à casa é, de facto, similar… a vontade que os kms avancem à medida que as curvas apareçam, que consiga sentir o cheiro a lenha das lareiras da minha aldeia e a casa cheia e barulhenta. Em vez de uma manta de retalho em tons de verde, castanho e de barro, das curvas sibilantes pelos montes, o rosmaninho que nasce por entre as pedras, dando uma tonalidade púrpura à beira da estrada, tenho, sem piedade, o alcatrão cinza e molhado.
Quando me perguntaram o porquê ser professor, respondi pelo amor ao ensino, pelos olhinhos e as bocas frenéticas numa sala de aula e, não menos importante, por poder conhecer o meu país. Sinto-me itinerante, de mochila às costas ( metaforicamente ) e realizado. Pode parecer redundante a história do feliz profissionalmente realizado, mas é o que é.
Vou dar uns beijos no meu sobrinho e ver uns quantos filmes que tenho aqui na estante da sala.