terça-feira, novembro 01, 2011

Não te aplicas

Continuas a dar-me as mãos no sentido contrário e depois não sabes porque é que bato a porta no meio da noite e termino em bordéus, rodeado de prostitutas.
Elas ao menos perguntam-me o que tenho, nem que seja pelo valor de uma nota de 50...
Desabafo;
Dizem que lhes dou prazer;
Volto para casa mais aliviado, sem paciência para te ouvir e durmo bem.

Papéis

Há dias que não descia as escadas e olhava para a quantidade de caixas que tenho dentro da minha cave.
Algumas abertas, outras rasgadas, onde as folhas de papel aparecem ratadas pelas traças. Papéis com muita ou pouca relevância que outrora tiveram algum peso nos meus dias. Ou simplesmente peso nalgumas das minhas horas.
deixo-o assim, ratadinhos, pois os mais importantes ficam guardados na minha cabeceira.

*suspiro*

Hoje acordei, mais uma vez, às 5h30AM e apeteceu-me escrever naquele caderno que tenho escondido debaixo das fotocópias :)

Para ti, num feriado de todos os santos

Seria muito mais fácil sorrires nestes dias que o sol tem-se avizinhado ou até mesmo quando temos a lareira acesa, para recordares os momentos, os sabores e os cheiros que vais deixar para trás por algum tempo.
Seria mais fácil se abdicasses dos teus momentos de melancolia e desses mais sorrisos e fizesses piadas ou até te aplicasses em partilhar disparates, para que todo o cinzento que pintas sobre o arco-íris desaparecesse.
Seria fácil mandares mensagens de madrugada, quando não consegues dormir, para que eu pudesse responder-te sempre com um smile, partilhando as horas que passas acordada a olhar para o teu candeeiro.
Seria?
Poderá não ser, mas se não tentares, continuarás com o teu guarda-chuva aberto. Estarei aqui. Partilha, para que não me sinta obrigado a tirar-te as palavras.

quinta-feira, outubro 13, 2011

Guardo-os

no telemóvel e numa agenda velha, pois não quero que venham parar aqui.

Ressentimentos

com uma sociedade, com uma cultura, com uma política que teimo em não compreender, onde o ser-se económico visa, sobretudo, tirar da classe operária e de desenvolvimento de um país e entenda-se do bem da educação, direitos.
O país assusta-me, tal como os tiranos dos tempos antigos que andei a traduzir.
Revolução, aceitação, indignação?
Risco a do meio, por não ser uma virtude, mas sim um nome que não nos deverá assistir.

catos

Por mais que goste de catos, eles são, sem dúvida, plantas perigosas que nos podem magoar por simples defesa ou pela nossa distração, levando-nos a ter dores que duram, perduram e vão desaparecendo à medida que o esquecimento da mesma venha a desvanecer-se com tempo.
Continuarei a regar-te, mesmo sabendo que me magoes.
Não haverá explicação.
Sentindo-me vítima, irei por-te numa janela. Aquela que menos me debruço, para que lá te sintas sozinho e não me ponhas com dores e que reflitas que os teus picos, à mão do teu criador, deverão ser menos abrasivos.

terça-feira, agosto 30, 2011

No mexicano

O cenário teria sido perfeito, pois havia velas, candeeiros, música à preceito, de frente para o rio, cortinas coloridas e, à nossa frente, um jarro de Margarita.
Todavia um aniversário tem sempre as suas particularidades, afinidades e interesses de cada um querer ficar do lado de quem mais conhece, para que não corram o risco de ficarem calados durante toda a noite. Se calhar falhámos na escolha e teria sido mais proveitoso para não se dizer o que se pensa e ouvir-se o que se quer, quando os olhares já estariam turvos há mais de 24 horas.
Discute-se, deita-se o fel, dizem-se as verdades, por mais que nos custe dizer e a outra parte ouvir.
Se calhar por termos demasiada confiança.
Se calhar por eu dar demasiada.
Se calhar.

O melhor é cada um ficar no seu canto durante uns dias, como já aconteceu. Deve ser a tua crise dos 30 e tal. Comigo, ser assim, é uma constante, mesmo eu sabendo que tenho razão no assunto específico-referenciado.

Hoje é dia de Comporta, fotografias e beijos. Por isso, vou fazer com que não sinta a tua falta, mas, à noite, tenho a certeza que, vou pensar em ti.

Bom trabalho*

domingo, agosto 28, 2011

Domingo

Ainda vou no início do dia e não sei o que fazer. Não tenho nada definido.
Posso apanhar uns banhos de sol, ouvindo as crianças de um lado para o outro a gritarem no areal; posso ficar na cama, ou na sala, a ver um filme; posso passear pelas amoreiras durante uma hora ou posso entrar em stress por causa dos concursos e pela minha colocação que poderá sair amanhã.
Tanto posso + infinitivo... Raio de construção! Quererá dizer algo.

Quanto às metáforas...

De facto, falo por metáforas e algumas são um quanto antitéticas, pelo facto de querer adequar o meu discurso ao que verdadeiramente quero, através de tropos. Possivelmente para muitos o que acabei de escrever não faz qualquer sentido.
Adiante...
O que quero dizer, por vezes, vai contra o que verdadeiramente quero, porque é assim que funciona uma verdadeira ficção, narração ou mero conto oral. É através dos mal entendidos, da ambiguidade de informação e das metáforas que conseguimos ver se, efectivamente, as pessoas nos conseguem acompanhar.
Se alguém ficar para trás, basta, simplesmente, termos duas escolhas:

- ou deixá-la no fundo para que compreenda;
- ou ir buscá-la pela mão e fazer com que nos acompanhe.

Não digo que a minha vida seja um romance metafórico e que tudo o que digo seja mero recurso linguístico complexo ou incompreensível. Quero, somente, que as pessoas que fazem parte de mim, sejam os meus leitores e que compreendam os meus actos e consigam virar a página.


sexta-feira, agosto 26, 2011

Fim de quinta

Por entre arrumações, limpezas e organizações, apareciam mails, pedidos de ajuda, mensagens e dois gatos a miar por entre portas para que não houvesse um confronto.
O telefone tocou e só na segunda tentativa foi atendido. Algum tempo a ouvir e mais outro tanto a falar. Depois mais outra chamada. E mais algum tempo de conversa.
Finda a chamada, ainda havia trabalho por fazer e no fim de algum tempo, olhaste para trás e falaste, olhaste para os lados e por cima dos óculos, combatendo a pouca paciência. Depois ouviste, opinaste e lá dentro de ti continuaste com a aura luminosa por tomares atitudes louváveis e por te dedicares tanto às causas perdidas. Perdidas é força de expressão, pois bem trabalhadas, acreditadas e valorizadas, estas causas podem seguir o rumo desejado e aí verás que tudo não foi em vão, mas sim um caminho difícil para algo importante.
Depois, voltaste ao computador, escreveste mais meia dúzia de coisas e carregaste no enter e, bem ou mal, ficaste leve e fomos beber um copo.

PS

Agradeço que venhas limpar o pó. Se quiseres podes passar cá no 7º D e limpar o da sala, o dos quartos, o chão, dar de comer aos gatos e limpar-lhes a caixa também. Iria gostar muito mais de ti, sabias?
Um beijo, um abraço apertado, daqueles que às vezes dou e que hoje seja um dia bom para nós.

Quanto ao cigarro

De facto há bolhas que precisam de mais do que um cigarro. Dois, talvez.
Falando em bolhas, penso que tenho conseguido gerir bem a minha fábrica. As bolhas saem sem eu ter que levantar a sobrancelha, sem pensar muito nelas e até sem cigarros. Parece-me que começa a ser algo que sai naturalmente, sem ter que puxar o gatilho.
Todavia há coisas que me apoquentam. Esta semana tem sido uma delas. Não é preciso uma bolha, é preciso que eu me meta, todo eu, numa e que consiga fazer que alguns dias passem depressa.
Hoje fico à espera. Espero que só hoje, para que o fim-de-semana passe mais leve.

domingo, agosto 21, 2011

estranho

acabei de fumar um cigarro, contra a minha vontade, por não gostar do ambiente e não conseguir meter numa bolha.
quero um cachorro. não gente estranha!

segunda-feira, agosto 15, 2011

Na ria

Tenho olhado muitas vezes para a ria e vejo nela barcos a mais barcos que se espelham nas águas. Sento-me pontao. e baloiço as pernas, passo as mãos sobre a madeira e olho-te nos olhos, onde o azul se esconde na escuridão da noite. Todavia, o brilho das estrelas e dos fogos de artifício fazem-nos mais belos e fico feliz, simplesmente, por te-los nos meus. Os teus dedos roçam nos meus e sinto os paços de outros casais. sinto-me completo e a tua companhia faz-me gostar ainda mais da ria, dos barcos e do chão que piso. Hoje já to disse?
Dorme bem.

quarta-feira, agosto 10, 2011

dedicar

sei que é preciso aceitar as críticas, alterar alguns comportamentos para que de forma una as pessoas consigam percorrer um caminho.
sei que é preciso. todavia, o esforço não depende só de uma das partes e se uma só estiver disposta, significa que só significa para si mesmo e não para ambas.
custa-me crer que este blog esteja às moscas e eu não tenha paciência para o cultivar, como os canteiros que tenho na varanda. lá tu consegues ver a minha dedicação. aqui, escrevo para um nada.

sexta-feira, junho 03, 2011

A menos de um dia

Vale sempre falar sobre o vazio,
Porque é ele que nos apoquenta,
Pondo na garganta o nó que nos amedronta.

É preciso falar,
Gritar, até,
Para que as conclusões fluam
E nós consigamos enunciados límpidos;
Beijos reconfortantes
E toques.

domingo, maio 01, 2011

Para ti, mãe

Poderia pedir desculpas, ou até mesmo aceitar as tuas, pelas coisas duras que dizemos um ao outro.
Poderia ver-te, ou tu vires ao. meu encontro, para que hoje passássemos a tarde juntos. Eu deitado no sofá, com os pés no teu colo e tu a fazeres-me perguntas e de seguida escutavas as respostas, atentamente.
Poderia ser mais simples, como os telefonemas que trocámos, praticamente todos os dias.
Não é;
Não tem sido;

Sabes porquê?
Somos feitos da mesma matéria e, como tal, gostamos de esticar a corda, olhos nos olhos, sentindo as mãos apertadas e queimadas pela corda, que oscila de um lado para o outro, até o momento que a largamos o olhamos, docemente, e dizemos um ao outro: te amo.

Feliz dia das mãe, hoje e sempre.

quarta-feira, abril 13, 2011

14 de abril de 2010

Durante muitos anos, em criança e até na minha adolescência, enquanto caminhava sozinho, apanhava as pedras que encontrava no chão e magoado por ninguém as ter notado, levava-as para casa e punha-as à volta dos canteiros das azáleas.

Sempre gostei de azáleas, das brancas, sobretudo. Mesmo sabendo que eram as que perduravam por muito pouco tempo por serem mais delicadas. Como as amava, punha as pedras à sua volta, para que ambos tivessem companhia.

Hoje em dia, quando olho para o jardim, recordo com saudade. As azáleas cresceram e continuam fartas de flores pela altura da Páscoa. Um manto branco sobre o relvado. As pedras? Foram completamente abraçadas pelas ramagens finas e folheadas que compõem os canteiros.

Depois destes anos todos, já não vejo os canteiros com tanta frequência, embora me recorde sempre deles na altura Páscoa. Lembro-me das pedras e sei que ambos fazem companhia um ao outro, completam-se, pois as raízes das azáleas abraçaram-nas e deram-lhes uma importância que na rua não teriam.

Hoje, ao olhar para a minha cómoda cheia de pedras, algumas apanhadas na tua companhia, pergunto-me, sobretudo hoje, se um dia as trarei para junto das tuas azáleas. Sei que elas precisam de carinho, dedicação e um suporte para que cresçam bem fortes. Só não sei se as minhas pedras estarão dispostas a abrir mão da liberdade delas, em detrimento da beleza dos teus canteiros.

Nunca te escrevi directamente nada. Possuo pensamentos, poemas e pequenas mensagens que escrevo quando acordo na calada da madrugada e guardo, religiosamente, no meu telemóvel. Tenho de todos os sítios que passámos juntos. De lamúrias, de picos de felicidade ao teu lado. Agradecimentos por te ter encontrado. Mas, efectivamente, nunca te mostrei nada. Escrevo-te agora com raiva, mágoa e alguma insegurança. Por ver que por mais que te peça ou explique as coisas, tu não ouves e até vás contra elas. Isso magoa-me, pois faz-me lembrar as pedras que um dia eu nunca as levei para cima do meu móvel, que estão inertes nas vielas, a serem pontapeadas por todos aqueles que não conseguem ver a sua beleza. Sinto-me uma dessas pedras, sabias?

Sei que lerás e reflectirás até. Basta saber se estarás disposto a terminar sozinho com os teus vasos de azáleas, que, possivelmente, nunca virarão canteiros forjados com pedras.

Espero que compreendas a metáfora, pois não me ocorreu mais nada, em menos de meia hora.

segunda-feira, abril 04, 2011

Contínuo

Caminharás,

Mesmo que as intempéries

Te neguem o céu azul

E te sintas com frio e molhado.

Sobreviverás,

Tal como os muitos miseráveis,

Sem-abrigo,

E até a criança que chora

À espera de um afago.

Continuarás,

Pois tens força

E uma áurea

À tua volta.


Glaukwpis

Guardo na memória

Ensinaram-me a me distinguir não pela diferença de cor, da minha condição social e outros traços. Ensinaram-me e fizeram-me distinguir enquanto metáforas personificadas, que fazem arrepiar o valor que qualquer indivíduo deve ter dentro de si o respeito e a singularidade. A tolerância, até.

Ensinaram-me e neste momento sinto-me enganado, mas com forças de mostrar que não virarei as costas aos meus ideais, escolhas e desejos.

Ensinarei, sem me esquecer que também sou parte deles

Vou ensinar que todos nascemos num cosmos, onde somos estrelas e forças supremas, capazes de brilhar e de nos distinguirmos num milhão de outros seres. Que poderemos ser ou tão brilhantes como as outras estrelas, mas que, efectivamente, nos distinguimos uns dos outros na nossa posição no Universo. Que não nos deveremos por á frente dos outros. Que nunca nos devemos apagar, em deferimento dos outro. Ensinarei que mesmo que não estejamos a brilhar como as outras, para mim serão sempre únicos e parte do meu Mundo.

segunda-feira, março 21, 2011

Para ti, do quarto ao lado.

Tenho o telemóvel cheio de textos e não me apetece nada passá-los para aqui.
Apetece-me ficar sentado, a olhar para os vasos da varanda e para as árvores, a sentir a gata a roçar-me no colo em dias de sol.
Quanto aos vasos, parece-me que vou ter mais um tantos para arranjar, onde a nova terra irá se juntar ao verde e o azul do fundo do mar. Criar-se-ão laços mais sólidos e eu cá estarei para de dar o ombrinho sempre que precisares, mas sempre com a condição sine qua non de me dares os teus dois, nos meus dias de desespero.

Um beijo, dorme bem.


quarta-feira, março 02, 2011

ortografia

Vim de uma reunião sobre o acordo ortográfico e tenho a cabeça a latejar por pensar nas alterações de acentos e como fizeram a escolha / cortes nalguns termos. Não sou contra, mas gostaria de entender em que parte da fonética é que se basearam, para os compreender. Tenho o triângulo vocálico na cabeça e visualizo o alfabeto fonético.
Já tinha saudades.

2 de março de 2011

Há momentos na minha vida, como em qualquer outra, penso, que temos de dar o pulo e olhar para as coisas como elas, efectivamente, são. Momentos que, mesmo num turbilhão de acontecimentos e problemas, temos que aceitar, reflectir e partilhar os nossos anseios.
Ontem fui chamado de "pipoquinha", mas só hoje é que explodi.

Tenho pena que o sol esteja a desaparecer e no possa dar uma volta na praia.
Tenho pena de não ter a Serra perto de mim, nem de ver as amendoeiras, ou o rio.
Também tenho saudades de abraçar a minha mãe e pena de só a ouvir pelo telemóvel ou nos meus sonhos.
Tenho pena, mas sei que todas estas coisas continuam vivas e sempre do meu lado.
Nem que seja em pensamento.


segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Amarra-me o peito sobre as ondas
Que maltratam
Voltam
E revolvem tudo aquilo que quis.

Haverá sempre o Mar,
Independentemente de haver ondas.

Glaukwpis

Dores

Continuo a ter dores no peito,
Daquelas que nem as radiografias
Nem os electrocardiogramas
Acusam.

Por isso,
Volto a fumar,
Lentamente, os meus problemas.


Glaukwpis

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Para vós, do Facebook

Acabei de criar uma lista para pôr todos aqueles que tenho dúvidas, fiquem longe. Alguns de vós lá estão. Não levem à mal. Coisas de quem não tem paciência para os que têm pouco para fazer.
Vale.

segunda-feira, janeiro 03, 2011

Primeiro dia do 2º Período de '11

O ano começou e com ele veio um 2º período cheio de trabalho. Não me importo de trabalhar, pois faço o que sempre quis. Não gosto são das outras actividades que temos que fazer. Actas. Das reuniões. E Visitas de Estudo?
Quando me formei pensei que iria, simplesmente, ensinar gramática e a interpretação de texto. Estava enganado. Passo horas a planificar aulas, a corrigir coisas e a fazer milhentas coisas às quais não tenho pachorra.
Tenho imensas aulas preparadas do Gil Vicente, sobre a História da Língua Portuguesa, sobre a cultura quinhentista, mas só começo a leccioná-las na quinta, pois há um exemplo de uma prova para aplicar e tratar de umas idas ao teatro.
Dia livre? Não tenho, mas faço com que a minha vida seja livre sempre que saio pelo portão da escola. Independentemente de gostar de ensinar. Não quero terminar caquéctico, a viver somente para a escola sem cultivar a minha vida, para não sentir mágoa ou saudosismo frustrado quando de reformar, como acontece como muitos colegas.

 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...