terça-feira, junho 29, 2010

Dormir

Sinto-me cansado, contudo os objectivos traçados para hoje foram concuídos.
Amanhã haverá mais, num mortal, na esperança de que ao pôr as lâminas no gelo, deslize de forma consciênte e perfeita.
Fico à espera do sono, caído de costas para o técto, onde o branco me lambe as costas, a noite toda.
Sempre pensei que se fizessemos o que gostamos na vida, as coisas seriam mais fáceis. Sou tão ingénuo.
Ou pelo menos, faço-me. É mais fácil em dias como este.

Avaliação vs. Jogo

Com cheiro a marisco, barulho vindo da rua e a tv ligada por causa do jogo, coso a minha Avaliação de Desempenho. Tenho colegas que foram para as esplanadas com os pcs abertos, outros estão em casa a fazerem o mesmo. Abstraio-me, revejo parágrafos, tento recordar-me das actividades que participei e justifico-as com adjectivos objectivos para que me caia uma classificação igual ou superior ao Muito Bom.
Acho que termino a tempo de dar um grio no Bairro-Alto, beber, fumar uns quantos cigarros, para tirar o stress de um dia de matrículas, de uma pré-reunição para o Departamento de Línguas e de um relatório.
Não choro pelo trabalho. Choro por ver um Portugal agarrado a um jogo, enquanto eu teço comentários sobre as minhas práticas pedagógicas.
Muitos ainda não perceberam a expressão panem et circum... Choro por percebê-la.
Será uma nova queda do Império?

sábado, junho 26, 2010

Ficas, até quando não sei

Passei a noite a saltar de pensamentos em pensamentos, numa ssombraç\ao de imagens que me faziam, sem querer, recordar vivências de um passado muito distante. O nó apertou o meu peito e ao mesmo tempo a minha garganta, que teima em sufocar.
Sinto o corpo quente, a cabeça pesada e um descerto profundo. posto isto, tiro as minhas conclusões e decido, por 5 minutos, deixar-te ao sol, aberta, para que te libertes.

De Pandora

A caixa ficou ao sol, para tirar o cheiro a podre do bolor, onde toda a unidade do tempo tem feito acumular camadas de um cheiro de nojo. De longe, vejo as ondas de calor. A pele aquece e o verde vai ficando mais desbotado, lascando em veios, graças à claridade dos meus dias.

Não falo do bolor. .

A caixa ficará ao sol, até quando me apetecer. Havendo nuvens, deixa-la-ei à chuva.

Regressatus

Quando cheguei já passavam das 1h15 da manhã. Tinha o portão fechado, a rua calma e cheirava-me a pinheiros corartados.
Estacionei tirei a mala, mas não a arrastei, pois não queria estragar o silêncio da madrugada. Entrei pelo jardim, a relva estava cortada e molhada. As flores, mesmo no escuro, mantinham as suas cores garridas. Abri a janela ( há coisas que não mudam) e entrei, com um sorriso rasgado de ponta a ponta, quando vi a gata a aproximar-se. A casa cheirava ao mesmo e sinuoso pelos cantos havia brinquedos. Continuei, dirigi-me para o meu quarto, poisei a mala, abri a janela para que a madrugada provinciana entresse. Vi umas cartas, tirei os sapatos de vela e fui à descoberta do resto. Diria que tudo estaria igual, se não fosse o facto de encontrar de meio em meio metro brinquedos e mais brinquedos. Todos em montinhos, como que arrumados. Havia vida na casa e sentia-se.
Depois, abri a porta da master. Estavam os dois, de lado a lado. Não resisti e atirei-me na cama a gritar.


( detesto trabalhar no mac)

CHEGUEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

O resto não te conto. Tu sabes.
Depois fui ver o meu sobrinho, que dormia todo esticadinho.

Ainda há vida!

domingo, junho 20, 2010

Quase

As coisas tomam novos rumos.
Fecha-se o ciclo das aulas na POC, mas continuo com as apresentações no M. A vontade não tem sido muito, pois já me sinto sem baterias. Preciso de ver os meus pais, o meu sobrinho. Sentar-me à mesa com eles. Deitar-me no sofá de Viseu, nos dias de domingo, com os pés no colo da minha mãe.
Coisas de menino mimado.
Coisas do passado.

Falta pouco.

quinta-feira, junho 10, 2010

Pode ser este

Acha a tenra mocidade
Prazeres acomodados,
E logo a maior idade
Já sente por pouquidade
Aqueles gostos passados.
Um gosto que hoje se alcança,
Amanhã já não o vejo;
Assim nos traz a mudança
De esperança em esperança
E de desejo em desejo.
Mas em vida tão escassa
Que esperança será forte?
Fraqueza da humana sorte,
Que quanto da vida passa
Está receitando a morte!

Camões

Dia

Que dia estranho.
Comecei por terminar a correcção dos últimos testes deste ano lectivo e como estava numa de sair de casa, fui caminhar pela marginal. Inicialmente havia nuvens, mas o sol espreitava a medida que caminhava. Cheguei a transpirar, até.
Regressei, comi um franguinho de churrasco com a R., tratei da roupa, arrumei a pasta para o dia de amanhã e voltei a dormir.
Li umas coisas do Mestrado, não tive paciência para mais. Faço-o amanhã. A leitura bastou-me para perceber algumas coisas sobre a leitura aumentativa/alternativa. Nada que no meu primeiro ano de Linguística não tivesse aprendido. Compretou-me algumas lacunas, compreendi algumas técnicas. outras, nem por isso.
Quanto ao último teste, na parte da composição, não li nada transcendente. Já estão fartos das aulas, já não pensam com rigor, embora tivesse cartas sem um único erro. Amanhã falo com eles. Devo almoçar no refeitório. Nunca o fiz.
Agora fico a ver séries, a conversar, a telefonar, a arrastar-me por causa do comprimido. Nunca pensei que fosse tão forte, mas estava a precisar. Há limites e começo a pensar que com o ritmo de trabalho que tenho, as últimas três semanas do 3º período serão sempre o meu limite. Nunca trabalhei tanto. Nunca dei tanto de mim. Sempre achei absurdo trabalhar por objectivos e mesmo que no ensino não haja uma obrigatoriedade, sinto-me obrigado a aceitar os desafios como objectivos pessoais.
Para o ano quero aprender Russo. Quando concorri para a Faculdade de Letras, uma das escolhas foi Italiano. Acho que não ando numa onda de italianar. Apetece-me algo desconhecido linguisticamente. Algo que me ponha a pensar no metro, quando os senhores do leste abrem a boca. Se calhar mudo de ideias e meto-me noutra língua estrangeira. Se calhar.
Vou continuar nas séries. Sem paciência.
Antes de dormir, leio uns versos de Camões, para não deixar o dia em branco.

Breathe

Vou dar uma volta*

For you

O dia está estranho, mas há pequenas abertas de sol. Tenho um artigo de 4 folhas para ler, mas está no pc, por isso, não o levo para a rua, fica em casa.

I., vou tentar lê-lo antes do jantar. Pode ser que tenhas algo na tua caixa de correio. Se não tiveres, é porque arranjei outra coisa mais interessante para fazer.

Tb te amo.

Vidas

- Stôr, os meus pais foram presos.

- Quando?

- Ontem. Arrombaram a porta de casa, apontaram-me uma pistola e levaram os dois.

- E sabes qual foi o motivo, rapaz?

- Por causa da droga.

Abracei-o, tinha o coração em gelatina, uma vontade terrível de chorar. Respirei fundo.

- Dá-me notícias, logo que saibas de alguma coisa, e nunca te esqueças que tens que fazer algo diferente do que os teus pais fazem na vida, para que não haja mais pistolas apontadas na tua cabeça!

Fui à direcção. Já sabiam. Não era a primeira vez que “O Santinho” tinha sido preso. Aliás, fora acusado de matar o pai do meu C. Parece-me que é desta que fica dentro, deixando quatro filhos: três na Cova ( a C., o meu R. e uma pequenina de apenas 8 meses, nascida na mesma semana do meu sobrinho) e um no 6 de Maio, encontrado há quase dois meses, com 12 anos, filho de uma outra relação.

Quando tenho as minhas crises de ansiedade, os meus desesperos humanistas e só me apetece marrar com a cabeça contra as rochas, penso, de forma racional, na vida dos meus garotos e vejo a vida de outra forma. Mais leve.

Ontem disseram-me que vou ter DT no 3º ciclo. O meu coração bateu tão forte e olhei nos olhos da pessoa que trazia a informação e disse:

- Vou ser pai.

Nunca mais chega Setembro.

terça-feira, junho 08, 2010

Basta acreditar

Hoje foi um dia de revelações positivas.

Ao fim de uma noite mal dormida ( por um bom motivo), zarpei para a POC, dei um teste a HGP, corrigi uma turma de Globalizantes e dei uma aula, assistida pela Coordenadora do Departamento de Línguas.

Optei pelo método tradicional giz e quadro, cheio de cores, onde as coordenações e subordinações bailavam de forma organizada e ininterrupta, numa concepção de pensamentos, entre os vários sentidos de cada uma das suas subclasses.

Deu o toque, não se levantaram. Terminamos o exercício e no fim de todos saírem, a MJC olhou-me nos olhos e disse-me:

- G., não vou fazer reunião da tua aula.

- ( Gelei) Então?

- Não é preciso. Estava tudo perfeito e a tua turma é deliciosa. Que inveja.

Sorri-lhe de um canto ao outro. Passei-lhe a mão pelo ombro e fomos almoçar com o pessoal.

Se aquela turma não é minha no 7º… Felizmente há uma alínea para a chamada continuidade pedagógica :)

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A outra foi do tipo secreta. Chamada telefónica no meio de uma aula, que me fez correr ao pátio e ouvir, com todas as letras que compõem palavras, a informação. Não era novidade, mas vinda daquela boca…

Para o ano há mais!

Reconhecimento.

Muito

Os dias têm sido escassos para a quantidade de trabalho que têm surgido. Alguns já agendados, outros… aparecem nos placares, na caixa de correio.

Em conversa com uma colega, concluimos que, na época da Faculdade, tomávamos magnésio. Entupíamo-nos com as ampolas milagrosas do Sargenor 5, mais litros de café, para que o estudo corresse bem.

Hoje em dia, já não vou à farmácia. Continuo com os cafés. Mais litros do que o habitual. Mais uma semana e meia entro em desintoxicação "cafeínica". Vou dormir as sagradas 8hs e fumar menos.

A propósito, marquei as minhas farias. Saí da secretaria com o peito inchado.

domingo, junho 06, 2010

We

De tudo,
Retenho os sinos a tocarem,
Enquanto dormias com a cabeça
No meu peito.

Que continues a dormir
E que contemplemos o atlântico,
Azul, imenso e enigmático
Como nós.

Glaukwpis

quinta-feira, junho 03, 2010

Completo

Sinto cada vez mais os dias, de forma completa, como abismos claros .
Sinto cada vez mais a vontade de me atirar,

Lançando-me à apetecível vontade de sentir a adrenalina
Que me cobre de líquido prateado
Num fluxo,
Num desejo,

Nalgo,
Que só lá em baixo,
Onde as ondas marram contra as rochas,
poderei sentir-me

Pleno,
Competo,
Só eu.


Glaukwpis

 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...