quarta-feira, agosto 13, 2008

Não te amo

Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n 'alma – tenho a calma,
A calma – do jazigo.
Ai! não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida – nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!

Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.

Não te amo.
És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?

E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.

E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.

Almeida Garrett
Ok, tenho tido muito trabalho, mas uma escapadela pela net não mata ninguém. Até me alivia.
Um abraço ao Dr. Fenandes e a Andy, que bem me fazem lembrar as aulas de Lit. I

terça-feira, agosto 12, 2008

Sincerely?


Ainda só vamos na terça, mas já me sinto tão cansado…
Passo a explicar: passei duas semanas sozinho a trabalhar, o meu colega veio 4 dias e voltou de férias, mais três semanas.
Resultado: chamadas, mails, facturação, cotações, colocações, consultas, simulações, banco, correio, Companhias.
Como sou bom rapaz e muito saudável, não faço pausas para fumar… faço melhor: vou a pastelaria comer uma fatia de bolo de chocolate!!!!
O importante é haver trabalho, não é?

Hoje há Anatomia*

sexta-feira, agosto 08, 2008

Eu faço boas escolhas, não?

Para aqueles que ainda não me ofereceram nada no meu aniversário, já sabem. Cães...

Confusão

Aquele que caminhou sobre a passadeira vermelha, morreu, após ter cometido a hybris.
Não caminhaste, pairaste, leve, com sentido, mantendo a tua sombra fresca e serena sobre ela.
A tua marca ficou, mesmo não se notando.
Por isso, não cometeste a hybris.

Bom dia de último dia de semana de trabalho.
Só falta a parte da tarde :)

quarta-feira, agosto 06, 2008

A poeta finge. Não por maldade, mas por aumentar a sua dor. Aliás, tudo que é penoso, quanto mais dado importância, é multiplicado.À dor, é preciso diminuí-la, não esquecê-la. Nada deve ser esquecido, mas sim recordado, dando valor ao que existe, ao que fica.Compreender-me-ás, no seu devido tempo, eu sei.

terça-feira, agosto 05, 2008

Fugio

Novamente desço a escada em espiral, rodeada de paredes viscosas e frias.
Sinto um agoiro, uma injúria coadjuvada com o medo.
Não tenho certezas do caminho, do meu futuro, de uma felicidade.
Mas sei que é necessário descê-las para encontrar o meu fim.

Sigo,
Toco,
Tenho os olhos baços,
Tento ouvir...
Não oiço.

Recuo a cabeça para cima.
Já não há luar.

Baixo os olhos,
Envergonhado
E
Continuo,
O tempo que for necessário,
Sozinho,
A procura do meu fim.

Karma

Caí das escadas e tenho a canela toda esfolada.

segunda-feira, agosto 04, 2008

Fica registado

Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

Eugénio de Andrade
O pior é quando as vemos e decidimos apodrecer, caídos no chão.
É o meu caso.
Arrependimento?
O tempo e o silêncio encarregar-se-ão disso.

 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...