segunda-feira, novembro 30, 2009

Feito

E lá terminei o trabalho para Psicopatologia.
Uma mãe de 40 anos, dois filhos, um adolescente e uma recém nascida, um emprego posto de parte em pról da pequena, o medo, a rejeição, as características da adolescência com as faíscas da idade e um pai preocupado, mas desligado.
Tudo muito bem organizado, com horas sobre o teclado e os apontamentos dobrados. Leituras em castelhano e um ou outro site francês. Freud é fodido, mas Freud em inglês é o cúmulo dos cúmulos.
A ver vamos se tenho queda para identificar sinais patológicos. A ver vamos se tiro partido desta disciplina para a minha vida profissional.
A nota é acessória. O importante é compreender os sinais, identificar casos, nunca diagnosticar e pedir ajuda aos técnicos de saúde.
Amanhã formato esta merda, agora vou pensar no jantar ;)

Aproxima-se

Há mais de duas semanas, quando estive em Viseu, reparei que o pinheiro já estava armado e as luzes piscavam. O meu sobrinho olhava para elas numa confidencialidade abstracta que me fazia gozo segui-lhes os olhos.
Recordo-me que, por esta altura, passava as tardes a olhar as montras, a pensar no que cada uma das pessoas gostariam de receber e passava longas tardes a tomar café e a conversar, ora de costas, ora virado para a Serra. Recordo-me que nos quiosques perguntavam-me se trabalhava no Centro Comercial. Acredito que seja pela minha boa aparência e não pelafrequência.
Adiante, passava as tardes a pensar nas pessoas. Algumas eram riscadas do bloco de notas e até preferia não vê-las pelas ruas, pois não tenho saco para simpatias. Algo que se foi alterando ao longo do tempo.
Quando chegava à casa, tinha o aquecimento ligado, atirava-me para o sofá e contemplava a árvore de entre os meus pés. Mais tarde saia com o meu pessoal, conversávamos sobre as coisas das nossas escolas, sobre as nossas experiências, fumávamos uns cigarros e, de vez em quando, olhava para as luzes a piscarem do lado de fora. Agoro percebo a confidencialidade abstracta do G. Vale poe ela própria, sem metáforas, nem compreensões semâmtico-pragmáticas. As luzes valem por elas próprpias, tal como aquilo que esperamos das pessoas. Ora piscam, ora acendem. Esperamos. Assimilamos os ritmos e contemplamos.
De momento não tenho a árvore, nem o quiosque, nem os meus amigos. Fico a espera das luzes, mas parece-me que, nesta cidade, piscam de forma diferente, tal como as pessoas.

domingo, novembro 29, 2009

Antes do almoço,

fomos dar uma volta, pois já estava farto de estar em casa a olhar para o tecto.
Há cerca de duas semanas fui ao Cabo da Roca numa visita de estudo, com duas turmas minhas do 5º ano. Não tive muito para ver, pois há sempre preocupações, receios e objectivos a cumprir. Só tive tempo de olhar para o Atântico e imaginar, na linha o horizonte, o continente Americano e pedir-lhes que fizessem a análise da expressão de Camões, com uma pequena nota biobibliográfica.
Hoje, como o vento e o frio fizeram-se sentir e a paciência não foi muita para olhar para o Atântico, decidi tentar decorar o caminho para outro dia.
Como não estou com paciência de ficar a olhar para o trabalho de Psicopatologia, uma vez que já está quse todo terminado, vou ao cinema. Vamos ver se conseguimos um lugarinho numa sala perto de casa. Não havendo, vemos outro filme.

Domingo

Não acredito que as pessoas fiquem a espera de algo depois de uma grande amizade. Acredito que a relação se solidifique com o tempo, mas que desde o início haja uma relação completa, cheia de afecto, abraços, intimidades destorcidas e beijos demorados.
Contudo, estas coisas das relações nunca foram o meu forte, ou por não confiar, ou por confiar demasiadamente. Nunca soube o que seria a virtude a meio termo, nunca soube controlar os meus afectos. Por isso, penso, após largas horas de análise, e tenho consciência, da minha forma ora desligada, ora demasiadamente ligada às relações, sei que falho ou falham.
Há quem fale no tempo. Na paciência. Confesso que sou muito paciênte, mas depois de tantos actos reiterativos, que a minuto a minuto demonstram a ausência de uma paciência recíproca, fico sem saber os objectivos. Como sempre trabalhei com e por objectivos, equaciono se numa relação também há objectivos. Penso que sim. A treta do amor não se constrói como uma cabana desarticulada. É algo mais complexo. Requer empenho.
Requer! Termo este que me põe a pensar se a outra parte também requer, é paciênte e empenhada.
Nestas coisas do amor, sempre fui muito mais feliz traduzindo Safo, ou analisando poemas de Eugénio. Era livre. Na minha perspectiva, seguia os termos semânticos, a musicalidade oura lenta ora acelerada dos sentimentos dos outros. Se calhar é nisso que muitos falham. Se calhar é no projectar a perfeição do tema literário nas nossas vidas, nos nossos dias, nos domingos com chuva, que não nos tornamos personagens daqueles momentos.

To me


Tudo o que sou não é mais do que abismo
Em que uma vaga luz
Com que sei que sou eu, e nisto cismo,
Obscura me conduz.
Um intervalo entre não-ser e ser
Feito de eu ter lugar
Como o pó, que se vê o vento erguer,
Vive de ele o mostrar.

FP

sábado, novembro 28, 2009

Do teu pc.

Os dias são cada vez mais cheios. Cheios de trabalhos, preocupações e tarefas. Contudo, quando chego a casa, sinto que tudo é possível e sou detentor de algo que sou capaz de cumprir. Há coisas que vão falhando, há coisas que não me apetece tocar, sem compreender, mantendo-me no canto a espera que de desenvolva.

terça-feira, novembro 24, 2009

Toma mais uma

Testes corrigidos;
Bibliografia lida;
Trabalho quase feito;
Aulas dadas e preparadas...

Resultado:



duas aspirinas, ainnnnnnnn

domingo, novembro 22, 2009

o meu nó

As várias relações, que de amizade, cumplicidade e amor, fazem-nos montar o puzzle que compõem e estruturam a minha vida.

A minha vida, por isso, é um aglomerado de gente, de vivências, de linhas de várias pessoas que me cosem, deixando marcas vincadas, na minha personalidade, que se define dia após dia.

Tu fazes parte dela, mesmo sendo uma marca leve, rápida, mas que de traços luzentes, ganhas forma, sobressaindo de entre todas. Por vezes as linhas podem se mal cosidas, deixando a olhos nus um nó por um pequeno acidente de percurso. Por mais metáforas, por mais explicações, por mais adjectivos, é impossível expressar a admiração que tenho neste nó. É um nó sólido, bem apertado, onde o fio tornou-se uno, como nós quando dormimos.

Contudo, mesmo juntos, agarrados, as linhas teimam em saltar-me a vista, excitando-me a vontade de desfazer o nó, descoser os pontos e tentar fazer com que a linha seja reintegrada em mim. O desejo faz-me esquecer que ao tentar desfazer o nó, a linha pode-se romper, perdendo a sua essência, da união, do sentido que tem para mim. Por isso, prefiro aceitá-lo, olhando e acariciando-o com o dedo e compreendendo a sua textura.

Não quero desfazer o nó. Quero que ele se note, que ele faça parte de mim. Tu, enquanto nó, tens de não afrouxar, tens de te manter, fazendo-me olhar e compreender-te.

To go or not bo go :S

Vou ao Chiado, ou fico em casa com os testes em cima de mim?

Sem palavra...


Tinha dito em bom som aos pequeninos que os testes só seriam entregues em duas semanas ou mais.
Ficaram com cara de choro e eu curioso.
Não me aguentei e já tenho metade das turmas corrigidas.
Os resultados estão melhores, estão mais metódicos e os conhecimentos parecem mais sólidos.
Vamos lá ver se a outra metade está melhor...

sexta-feira, novembro 20, 2009

Última ronda

Hoje termino com o meu 5º C. Depois é só corrigir, lançar as notas e ficar a pensar no M., e nas aulas.
Só de pensar nas composições ( sim, reduzi as linhas obrigatórias) fico com a cabeça a latejar. A pensar nas barbaridades de sintaxe, nas letras pouco legíveis e na criatividade pobre e medonha.
Tenho também registar os sumários. Quase um mês sem registo. Tanta tecnologia e tão pouca utilidade...
Bom, o importante é que já é sexta, tenho um trabalho de grupo, o fecho de uma semana de aulas em perfeição, aula de psicopatologia de duas horas a olhar para aquela cara linda, e imaginar-me com pouca roupa ao lado dela, e um noite agradável. Se calhar tenho uma patologia. Se calhar é desejo de um garoto muito estimulado. Se calhar ;)
Amanhã repito tudo, como num copiar-colar.

segunda-feira, novembro 16, 2009

Há que cortar

Já tenho tudo feito, falta imprimi-los e deixar nas pastas para esta semana.
Estão maiores e mais difíceis. Não sei se irão manter as notas. Não sei se irão fazer tudo.
Sei que estou cada vez mais rigoroso, independentemente dos moldes.
Rigoroso comigo mesmo e com os outros, o que faz com que, comece, como nos testes, cortar com a caneta vermelha o que está incorrecto, o que não vai ao encontro do pretendido.
Exponho,
Analiso;
Avalio.
Em tudo.

sábado, novembro 14, 2009

Programei




- ver algumas pessoas;
- não querer ver outras;
- adiantar trabalhos;
- relaxar;
- jantar com uma pessoa;
-ver filmes;
-fumar cigarros ao som do Palma.

sexta-feira, novembro 13, 2009

Inferno



É da tua boca, com sabor a Inferno, que eu sinto o sal do Atlântico e vejo o princípio do mundo.
Pensamos como Camões e acreditamos num futuro pessoano.
Cantas-me o passado e eu, com os olhos cerrados, oiço as glórias do Ociente.
O Inferno é esse desejo. Esta força.
O Inferno
É !
O predicativo fica para os Céus,
De onde olho de longe,
E
Não sinto fixação.



Glaukwpis


terça-feira, novembro 10, 2009

Das 8h às 20h



Ao fim de aulas, de reuniões intercalares e oficialização de medidas, combinamos o dia de amanhã.

Fiquei com a obrigaroriedade de levar uma choiriça e uma alheira para a fogueira de S. Martinho . Será mais uma das várias Visitas de Estudo. Sairemos da escola e chegaremos a Sintra, onde as actividades serão várias.

Ando completamente cansado, com os trabalhos quase feitos para o M.E.E., mas o espírito da partilha, do grupo e da sociabilização sobrepõem ao meu estado.

Vou jantar, tomar um copo, dois... ok quatro e meter-me na cama, pois S. Martinho sem vinho e castanhas não ha!

segunda-feira, novembro 09, 2009

sexta-feira, novembro 06, 2009

E lá vai mais uma



Entre uma aula e outra, reunião para defenir estratégias para três novos casos patológicos.
Hoje o dia corre como a chuva. E a puta não larga o céu de Lisboa.

( a chuva, claro)

quarta-feira, novembro 04, 2009

São meus, não teus

Há pessoas como peças que fazem falta. Contudo, tal como num puzle, nós conseguimos viver sem elas, pois podem não nos ser fundamentais.
A comparação entre peças e pessoas é ingrata. Tal como algumas pessoas que nós marcam negativamente, ou que nos passam pela vida sem nos marcar.
Mas, estas pessoas, podem marcar outras. Criar novos laços, graças ao elo inicial e apoderar-se, ou vegetar, num mundo de pessoas/ relações que não são suas.






As pessoas devem valer mais.
Com sentimentos,
Ou
Na ausência deles,
Como peças.

With love

As pessoas que, verdadeiramente, me conhecem, sabem o amor e, sobretudo, o respeito que tenho por Sophia.
Infelizmente nunca a conheci. Nunca a vi em carne e osso, mas leio-a. Leio-a como me ensinaram. Leio-a como ela sempre nos ensinou, lendo todas as sílabas das palavras.
Esta semana inicio o ciclo breyneriano. No 5º com O Rapaz de Bronze e no 6º com O Cavaleiro da Dinamarca. A escolha foi feita pelos professores de LP e, sem muito esforço, consegui fazer com que me ouvissem. Agora, arrajno imagens, componho diapositivos com sentimentos.
Nas minhas aulas, tento sempre tansmitir as características da autora. Da útima vez que o fiz, uma aluna disse-me que tinha os pelos dos braços levantados. Disse tenho frio, fechem janela... Contudo, a verdade é que não tinha. Não consegui por de parte o que sentia, dandosempre as mãos entre os conteúdos programáticos e a minha admiração pessoal. Isto é uma relação. Mais uma das relações que me une, que me faz abstrair de alguns momentos menos simpáticos, de desilusões pessoais e até da minha indisposição matinal.
Isto é.
É de ser.
De existir.

terça-feira, novembro 03, 2009

Reti-


Aos trinta, não me apetece ser reticente.
Não me apetece esperar pelas palavras,
Nem pelos actos,
Nem pelas desculpas!

Aos trinta,
Quero respostas assertivas.
Quero o completo.
Quera as declarativas.

Não tendo,
Renuncio as reticências.
Renuncio-te a ti,
Enquanto renitente.


Glaukwpis

segunda-feira, novembro 02, 2009

Petrii sunt

Desce,
Espero-te,
Com as mãos molhadas,
As pernas cansadas,
O espírito trémulo.

Desce
Que eu te espero.
Olhando para o teu rosto
De pedra,
ParaAlinhar à direita as tuas mãos
Que escorregam pelo mármore
Fazendo de ti parte dela.

Desce,
Pois tens de descer.

Eu já não sei se te espero.










Glaukwpis

To you

Cá de cima, vejo o quão pequenas as pessoas podem ser. Cá de cima, faço a minha escolha e, movido pelo engano, sinto-me feliz.

Longe,
Bem longe,
Manter-me-ei
Longe.

domingo, novembro 01, 2009

Festum omnium sanctorum


Hoje, na minha aldeia, as crianças pedem o Pão por Deus.
Os melhores são os que possuem passas e um travo a erva doce. De manhã, com uma meia de leite bem clara, tem o poder de me deixar 4h no sofá, com ronha, pesada e segura. Contudo, é domingo, os Museus estão abertos e eu tenho de ir ao Jumbo.

 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...