segunda-feira, novembro 30, 2009

Aproxima-se

Há mais de duas semanas, quando estive em Viseu, reparei que o pinheiro já estava armado e as luzes piscavam. O meu sobrinho olhava para elas numa confidencialidade abstracta que me fazia gozo segui-lhes os olhos.
Recordo-me que, por esta altura, passava as tardes a olhar as montras, a pensar no que cada uma das pessoas gostariam de receber e passava longas tardes a tomar café e a conversar, ora de costas, ora virado para a Serra. Recordo-me que nos quiosques perguntavam-me se trabalhava no Centro Comercial. Acredito que seja pela minha boa aparência e não pelafrequência.
Adiante, passava as tardes a pensar nas pessoas. Algumas eram riscadas do bloco de notas e até preferia não vê-las pelas ruas, pois não tenho saco para simpatias. Algo que se foi alterando ao longo do tempo.
Quando chegava à casa, tinha o aquecimento ligado, atirava-me para o sofá e contemplava a árvore de entre os meus pés. Mais tarde saia com o meu pessoal, conversávamos sobre as coisas das nossas escolas, sobre as nossas experiências, fumávamos uns cigarros e, de vez em quando, olhava para as luzes a piscarem do lado de fora. Agoro percebo a confidencialidade abstracta do G. Vale poe ela própria, sem metáforas, nem compreensões semâmtico-pragmáticas. As luzes valem por elas próprpias, tal como aquilo que esperamos das pessoas. Ora piscam, ora acendem. Esperamos. Assimilamos os ritmos e contemplamos.
De momento não tenho a árvore, nem o quiosque, nem os meus amigos. Fico a espera das luzes, mas parece-me que, nesta cidade, piscam de forma diferente, tal como as pessoas.

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 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...