domingo, novembro 22, 2009

o meu nó

As várias relações, que de amizade, cumplicidade e amor, fazem-nos montar o puzzle que compõem e estruturam a minha vida.

A minha vida, por isso, é um aglomerado de gente, de vivências, de linhas de várias pessoas que me cosem, deixando marcas vincadas, na minha personalidade, que se define dia após dia.

Tu fazes parte dela, mesmo sendo uma marca leve, rápida, mas que de traços luzentes, ganhas forma, sobressaindo de entre todas. Por vezes as linhas podem se mal cosidas, deixando a olhos nus um nó por um pequeno acidente de percurso. Por mais metáforas, por mais explicações, por mais adjectivos, é impossível expressar a admiração que tenho neste nó. É um nó sólido, bem apertado, onde o fio tornou-se uno, como nós quando dormimos.

Contudo, mesmo juntos, agarrados, as linhas teimam em saltar-me a vista, excitando-me a vontade de desfazer o nó, descoser os pontos e tentar fazer com que a linha seja reintegrada em mim. O desejo faz-me esquecer que ao tentar desfazer o nó, a linha pode-se romper, perdendo a sua essência, da união, do sentido que tem para mim. Por isso, prefiro aceitá-lo, olhando e acariciando-o com o dedo e compreendendo a sua textura.

Não quero desfazer o nó. Quero que ele se note, que ele faça parte de mim. Tu, enquanto nó, tens de não afrouxar, tens de te manter, fazendo-me olhar e compreender-te.

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 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...