quarta-feira, abril 09, 2008

Y + guaçú


Ao ver um pequeno documentário, posto, pela 1/2kg, na /Residencial Medrosa, recordei-me de mais alguns momentos que fizeram parte da minha infância.
Em pequeno, por volta dos meus 11 e depois 13 anos de idade, fui ao Paraguai, a Argentina e ao Uruguai. Verdadeiras lojas chinesas, instaladas ao lado do meu país, que deliciam qualquer um com belezas naturais e preços surpreendentemente em conta.
O roteiro era simples: compras e visitas às cataratas do Iguaçú. A maravilha das maravilhas naturais que até hoje vi.
Trata-se de um conjunto de quedas de água. A melhor parte é a Garganta do Diabo, localizada no Parque nacional do Iguaçú, localizado na fronteira do Brasil e da Argentina. Há, no entanto, movimentos para a mudança do nome para Voz de Deus. Confesso que suscita-me mais fantasia a actual, pela brutalidade da queda e a atroz correnteza. Coisas que somente sentidas em loco têm uma compreensão.
A primeira vez que lá fui tinha um toque de magia. Fui com a minha avó Marisa. Havia um reboliço no elevador. Tivemos que descer pelas escadas. Dizia-se que a Princesa Diana estava em visita com os filhos. Não vi nada. Naquela época acreditei. Porque não?
Descida as escadas, voltearmos um restaurante pelo nosso lado direito, para uma plataforma onde vislumbrámos a maior maravilha natural das nossas vidas. Os meus olhos e os da Mel brilhavam. Felicidade e medo se instalavam sobre nós. Medo pelo respeito à natureza, pois muitas pessoas, querendo ver mais do que podiam, debruçavam-se sobre o peitoril. A visão era simples, mas surpreendente: vários véus de noivas, postos nos nossos olhos, borrifados com uma humidade avassaladora, com arco-íris instalados sobre o branco e o castanho do barro que escorria. Eu apertava as mãos da minha avó, que não tinha pudor em segredar com a minha mãe a alegria por nós vivida.
Mais a baixo havia uma passarela que dava no centro do rio, onde os mais astutos se aventuravam, em prol de uma foto central, com pano de fundo a Garganta. Da segunda vez quue fui, já não havia passarela. Tinha sido devastada por uma cabeça d’água. Tinha levado alguns turistas. A magia transformou-se em desagrado.
Iguaçu, em Língua Guarani, deriva de Y ("água", "rio") e guasu ou guaçu ("grande"), significando, literalmente água grande, ou seja, rio de "grandes águas".

3 comentários:

Berenice disse...

sr. Capela, sua tartatuga D.Pedro parece-me demasiado velho para a minha Riscas, que não terá mais de um ou dois anos de vida. de qualquer forma aceitaria uma foto da especime pois se eles se apaixonarem nada poderei fazer para impedir o seu amor.

Beijo :)

Anónimo disse...

Belas memórias, Glau.

M. disse...

como tá o dentinhu?

 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...