sábado, abril 21, 2007

Dor negra


De um avermelhado, castanho, negro
De uma dor intensa que vem da terra
É a mistura de sentimentos e preconceitos,
É o condensar, bruto e arrebatador de dores.

Nos teus olhos vejo tranquilidade,
Embora, pequenos rasgos de sangue, dor e repulsa se avistem,
Por uma tranquilidade perturbada e abalada,
Que em ti calcaram, revoltaram sonhos simples.

Dor de um passado,
Agitação, trémula de um presente,
Em que sonhas com as palmas lívidas, puras e iguais.
Com a igualdade, respeito, admiração,
Com um beijo dos filhos,
Com o colo negro, liso e doce da esposa,
Com a terra lavrada, diante dos teus olhos.
Bom sábado*

3 comentários:

Anónimo disse...

Somos negros, somos brancos, todas as cores, somo nós.
Um grande abraço. Gosto da sua poesia.

Glaukwpis disse...

O "somos" é para alguns, infelizmente.

Metade desta semana estarei longe... vou ver a exposição dedicada a Prof. Dout. Rocha Pereira, estou aos saltos!

Anónimo disse...

Credo, Glau... bem, os meus tempos clássicos começam a cheirar a antiguidade.
Onde é essa exposição?

 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...