
Tenho a visão nítida, por entre noites sombrias e névoas gélidas.
O meu espírito move-se, ao encontro dos seres que vagueiam a minha volta, sem se aperceberem de mim. Não sou intacto, não sou inerte. Não me vêem. Eu vejo-os, acaricio-lhes os ombros e retraio sentimentos. Depois, viro-lhes, desmerecidamente, as costas, a procura de outras descobertas sensitivas. É frio, é húmido, é impessoal. É doentio, mas reconfortante, pois consigo ver tudo o que quero, sem ser contemplado. Consigo seguir o meu rumo, sem ser molestado. Tenho o meu prazer, sem ser censurado.
Ao fim, sento-me, cobrindo todo o meu corpo de lodo.
Ao fim, sento-me, cobrindo todo o meu corpo de lodo.
Fico contente por ser como sou.
Glaukwpis
2 comentários:
Eu sei que gosta. Eu também gosto de si assim.
Voltei a ler o texto e li-o de forma bem diferente.
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