segunda-feira, novembro 19, 2007

φτερό


Sinto, sobre os meus ombros, o peso de todo um sentimento acabado, sob forma de vidro, que me rasga, lentamente, as asas. As plumas, sofisticadas, cândidas, cintilantes e frondosas que me afagavam há tempos, deram lugar à uma pasta púrpura, da mistura do quente do meu sangue, que teima em escorrer, por um corte que não cicatriza.
Dantes sobrevoava planícies,
Hoje,
Deito-me sobre elas
E nelas
Cerros os meus olhos, aspirando conseguir dormir.
Voltarei voar? Pergunto eu.
Porém oiço que “Há animais que merecem rastejar, pois são perigosos demais para terem asas”.
Glaukwpis

1 comentário:

Anónimo disse...

Esqueci o meu grego... sabe-me a desperdício.

O texto está lindo, meu amigo!!! Senti-o como se fosse eu.

 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...