quarta-feira, novembro 14, 2007

Planície imaginária

Há a necessidade de controle. De saber respirar, de olhar pausadamente na direcção precisa num ápice, onde se consegue captar, compreender e descodificar.
Dias incertos, com planícies onduladas, onde o friso do calor foge, dando lugar aos campos amarelos, cobertos de folhas castanhas e ervas bravias.
O tempo é de controle. É preciso controlar a alma que tremelica por causa do frio, ou, por desculpa dele, camuflando-se do medo sombrio dos nossos desassossegos. Como as folhas castanhas, eu caio sobre a terra gélida, ou por vezes nas poças matizadas de prateado, ficando inerte à minha vontade, decompondo-me em pensamentos até o meu esqueleto notar-se. No chão fico, calado e pesado. Não há ventos. Há frio. Não há controle.
É preciso controle. Onde ele está?
Talvez tenha fugido com o calor que um dia me acalentou. Talvez esteja escondido.
Talvez nunca tivesse existido, a não ser na minha planície imaginária.
Glaukwpis

3 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem escrito, Glaukie!!!

Anónimo disse...

O comentário foi da Ciranda. Será sempre Ciranda, sim, e não qualquer outra coisa, please?

Glaukwpis disse...

:)

 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...