quarta-feira, outubro 01, 2008

Sonho



Estranha forma de me recordar.
Mudanças espaciais, claras e límpidas, com a nitidez da areia por debaixo da cristalina e calma ondulação. No céu, um azul rasgado por torres. Dentro de casa, um abraço quente, como aqueles que me davas, outrora, num passado tão distante. A distância, medida cronologicamente, gera a saudade, o aperto da alma, dentro de um corpo crescido. O corpo cresce, a alma mantém-se intacta, porém revolta.
Vi-te da mesma forma, como se o tempo não passasse pelo teu rosto, embora eu crescesse e mantivesse os carinhos de menino.

Instalou-se a saudade.

Sei que a primeira fase do Modernismo brasileiro não se adequa à minha saudade familiar, mas a tela de Tarsila recorda-me os fins de semana de pés no chão e todas as outras memórias que tenho de um espaço, que não idealizado, me é saudoso.

1 comentário:

Anónimo disse...

Também gosto de Tarsila. Mas não tenho as tuas memórias. Que sorte!

Bj.

 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...