Estranha forma de apreciar,
Com olhos forçados,
Como mãos que embalam o barro de se moldar.
Vidas, sentimentos e caprichos,
Reais, rebeldes e ardeis,
Que descalços, sem regras e genuínos
Deformam, livrando-se das pregas,
Sendo naturais,
Disformes,
Verdadeiros,
Inabaláveis.
Sou barro,
Fresco.
Não quero ser moldado,
Moldado,
Cozido,
Pintado,
Vendido.
Sou barro,
Dos chãos,
Que os pés descalços me pisam,
Que a chuva frima me deforma,
Do sol quente que me estala.
Sou barro bruto,
Espesso,
De cor forte,
De cheiro cru.
Sou barro.
Glaukwpis
4 comentários:
Sempre admirei as mãos que trabalham na roda do oleiro. Há pessoas que dão forma aos nossos desejos informes. Há pessoas que nós moldamos e fazemos felizes.
Sei lá.
Prefiro antes que as pessoas se moldem e deixem as outras livres. Quem molda não é artista, é ditador. Nos relacionamentos acontece o mesmo. De amizade, entenda-se.
beijo glaukwpis!!
Ai como é bom ser feito desse barro forte, mas mesmo forte! Não daquele que se deforma ou estala como o verniz! Abraço
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