quarta-feira, outubro 21, 2009

Momentos

Tenho sido acordado com o barulho da chuva. Ela, inquieta, teima em riscar os vidros da janela. Levanto-me, tomo um duche rápido e parto para a escola, onde os pequenos, molhados, aguardam pela hora do toque. É desconfortável. Recordo-me quando era estudante, rescordo-me do cheiro a pão de froma com planta e do Nesquik gelado nos dias de chuva. Dos momentos morosos na paragem à beira da N16.
Agora, volto a sentir os cheiros, só que vindos das janelas dos rés-de-chão dos prédios ao lado da escola. Eu continuo, irritadamente, molhado e compreendo o desconforto dos meus pequenos. Detesto as gotas, o barulho dos pneus nos charcos, os guarda-chuvas ensopados nas latas velhas das salas.
Detesto a chuva, mas choro, por saudades, por não ver da minha cidade o branco da Serra.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ainda não há branco na serra, mas há-de haver. Choremos dos dois.
Bjs.

 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...