Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes! E eu acreditava. Acreditava, porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis. Mas isso era no tempo dos segredos. Era no tempo em que o teu corpo era um aquário. Era no tempo em que os meus olhoseram os tais peixes verdes. Hoje são apenas os meus olhos. É pouco, mas é verdade: uns olhos como todos os outros. Já gastámos as palavras. Quando agora digo: meu amor..., já não se passa absolutamente nada. E no entanto, antes das palavras gastas, tenho a certezade que todas as coisas estremeciam só de murmurar o teu nomeno nosilêncio do meu coração. Não temos já nada para dar. Dentro de ti não há nada que me peça água. O passado é inútil como um trapo. E já te disse: as palavras estão gastas. Adeus Eugénio de Andrade |
sábado, maio 13, 2006
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Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...
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Porque os outros se mascaram mas tu não Porque os outros usam a virtude Para comprar o que não tem perdão. Porque os outros têm medo mas...
4 comentários:
Há sempre mais palavras e há o silêncio, e o sorriso, e as mãos. E a vida vai passando.
Os dias não têm de ser todos uma coroa de glória. Não são, realmente.
Mas gosto do aquário nos seus olhos, Glaukie! Bom fim-de-semana também para si.
Solinho bom, poesia boa. Que maravilha! Até amanhã, que estou por lá.
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