Novo cilco

Já não comento há muito tempo… as coisas têm acontecido e quase não tenho tido tempo de pensar nelas… ou se calhar tenho pensado, silenciosamente. A última semana de estágio-maravilha passou a correr, muitas dores ficaram para trás, muitos desgostos e muita amargura… juntamente com o carinho por parte dos alunos, que foram os únicos-do-ermo que me deram força. Vou ter saudades deles e do cheiro a alecrim dos jardins da escola. Das tardes que passava a mão pelo alecrim e sentia-a com uma viscosidade e um cheiro que perduravam horas. Quero fechar os olhos e recordar o ermo dessa forma, de mais nenhuma… para não voltarem as dores, os desgostos e a amargura. As notas foram lançadas, não foram más, de facto, mas podiam ter sido melhores. Agora é a incerteza de um dia, de um dia que eu volte a encarnar o papel de professor e sentir os olhinhos brilhantes durante blocos de noventa minutos. Na memória fica a saudade… que esse marasmo passe depressa! Quanto ao plano das relações humanas ( sim, amizade), as pessoas têm-me desiludido… há muita ausência, muito desvio de olhares, muita distância… Acredito que as coisas mudem com o passar do tempo, mas a amizade, o carinho, a cumplicidade ficam sempre, ou estarei enganado?! Se calhar sou antiquado, se calhar dei demasiada importância a algumas relações que pensei serem de amizade. Se calhar, se calhar… Bom fim de segunda-feira.