Aos 16 dias de Novembro, abri, pela primeira vez, as portas da casa do Alentejo. Cheirava a mofo, com restos de vidas inacabadas. Vivia-se, sentia-se e há mais de 15 anos tudo acabara.Na sala, as plantas tinham morrido, juntamente com os insectos e com a luz. Tudo era sombrio e convalescente. Sentei-me no sofá rasgado e imaginei a lareira acesa. Serrei os olhos. Não consegui imaginá-la, pois o cheiro a humidade entrava-me por dentro da roupa obrigando-me a coçar de 5 em 5 segundos.
Parei,
Pensei,
Não consegui imaginar mais nada. Tinha de abrir as janelas e arrastar o lixo para dentro dos sacos.
Foi o meu primeiro dia de vida.
(continua)
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