terça-feira, julho 07, 2009

D., a little bird

Ontem, quando saía decasa do D., deparei-me com um pequeno pardal, encostado à porta, da parte de dentro do prédio. Estava colado ao vidro, a olhar a imensidão verde de onde viera.
Paralelamente, lembrei-me do D., que é tratado como um pequeno pardal, ansioso por sair do ninho, contudo preso.
Fui ao encontro do pequeno, que saltitava e pairava no solo, para trás das plantas do corredor. Escondeu-se, mas encontrei-o.
Acariciei-o, olhei com pena, pois saberia que se o soltasse morreria. Contudo, morreria feliz, sem a agonia de bater, vezes sem conta, contra o vidro da porta.
Destranquei a porta, abri-a e deixei-o no relvado, debaixo da árvore, dando-lhe uma esperança de sucesso. De vida. Possivelmente, foi atirado do ninho pela mãe, para iniciar os primeiros passos.
O D. parece um pardalito, mas não me parece que a mãe lhe empurre. É ele mesmo que quer voar. Um pardal assustado dentro das paredes de betão e de afecto, que toca guitarra e estuda L.P. 2h por dia.


Hoje o pardal não estava no jardim, mas o D., passadas as 2h, corria no campo. Livre.

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 Sobre a mão Se pegasses na minha mão e me guiasses pelo Parnaso, Os meus dias seriam menos sedentos e sombrios, Sem os espasmos de sofr...