Pela primeira vez deixei escapar da memória uma data.
Foi o A., que por mensagem, fez-me a pergunta e eu, com as mãos trémulas e a cabeça cansada, fui ver o calendário e de facto é dia 14 de Dezembro.
Recordo-me das tuas mãos nas minhas,
Unas, onde o suor as separava,
Mas tu, sempre tu, davas-me a outra,
Apertando-me com força,
Na esperança de nos mantermos unidos,
Juntos,
Reclusos dos forasteiros momentos,
Que nos estragavam o sorriso,
Convertendo-os em sofrimento.
Mas tu, sempre tu, davas-me a mão,
Caminhávamos numa forte cumplicidade,
Até o dia em que as larguei.
Não as tenho junto das minhas,
Mas,
Em memoria,
Recordo-me
Como eram húmidas e quentes,
Fortes e apertadas
Aquelas mãos que me tinhas.
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