Conhecia-a entrando atrasada numa das aulas de sexta, com um grupo falador, que de momento faço parte. Expliquei-lhe a origem dos nossos nomes e começamos uma viagem.
Tem um coração enorme, para não falar que é muito bem formada. É colega de grupo, do 200, e tem uma paixão cerrada pela história, pelas pedras e pelos museus.
A primeira vez que veio cá em casa, olhou com um brinho nos olhos o meu tapete com uma réplica de mosaicos gregos e segredeu-me que tinha trabalhado no sítio onde o comprara.
Tem uma origem fodida, tem uma costela preta e é, carinhosamente, tratada assim, como a minha preta. Conversamos sobre as patologias dos nossos alunos, falamos sobre as áreas disciplinares que ensinamos, das nossas estratégias, do amor que tem pelo Restelo e do meu pela Cova da Moura.
Hoje perdemos quase uma hora a procura do NG, o ar já nos desaparecia e eu, com o meu mau feitio, chateava-a. Coisas de um dia de nuvem negra, com uma chuva miudinha num centro comercial cheio de gente e criandas coloridas, cheiro a castanha assada e café nos lábios.
É para a I. que escrevo hoje. É para ela que deixo um abraço apertado, pois ela, como um pequeno raio de sol, limpa-me as ideias.
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