
É pela noite que vemos o sentido das palavras,
Formadas de sombra e fumo,
Palavras profusas de um encanto inesperado.
É um momento de reflexão,
É o momento de solidão,
Medida, desmedida, exagerada ou fugaz.
É o momento da mudança.
Da escolha.
Glaukwpis
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Bom, não é muito normal publicar duas coisas ao mesmo tempo, mas como não tenho muita paciência para tal, fica aqui despachado o que tinha para hoje.
Caso não saibam, Camões não foi tomado louco no seu tempo. Era e é o vulto da Literatura Renascentista Portuguesa, isto é, o MODELO do Renascimento no nosso país. Foi o único capaz de escrever uma epopeia aos moldes clássicos, inspirando-se e “contaminando-se” pela Eneida, de Virgílio.
Versos também escreveu, à sua moda e muitos, os mais complicados e incompreensíveis não são da autoria, pois muitos escreviam naquela época, e como não assinavam, por medo ou por inteligência, muitos “letrados” decidiram dar-lhes o nome do Mestre dos Mestres do Renascimento. Felizmente, estudos foram feitos e chegou-se à conclusão que tudo não se passou de falta de técnica de análise.
Quanto ao Rei da época, não é verdade que ele tivesse dito que Camões não soubesse escrever... por favor, não estraguem a história! Ele foi de tão grão mérito na época, que o próprio rei ordenou-o que escrevesse uma obra que exaltasse os feitos heróicos dos portugueses e aí nasceu Os Lusíadas.
Para qualquer duvida, contactem a Professora Doutora Rita Marnoto, que é nada mais nada menos que a maior estudiosa, ou melhor, em termos acadêmicos, a especialista de Camões em Portugal, Europa e terrinhas perdidas pelo mundo. Ela é docente em várias universidades portuguesas e é convidada a intervir em várias fora do país. É também correctora do Dicionário de Literatura Portuguesa e para finalizar e encher os meus peitos e honrar o meu canudo, anel e certificados: FOI MINHA PROFESSORA.
Não escrevo de forma rebelde, nem com um tom de arrogância, mas sim com dor de ver que há pessoas que andam enganadas, que são portuguesas e não conhecem os nossos autores.
Camões foi considerado maluco, por amar, não por escrever prosa... melindrosa e perfeita.
Aqui fica um dos meus preferidos:
Quando me quer enganar
Quando me quer enganar
A minha bela perjura,
Pera mais me confirmar
O que quer certificar,
Pelos seus olhos mo jura.
Como meu contentamento
Todo se rege por eles,
Imagina o pensamento
Que se faz agravo a eles
Não crer tão grão juramento.
Porém, como em casos tais
Ando já visto e corrente,
Sem outros certos sinais,
Quanto me ela jura mais,
Tanto mais cuido que mente.
Então, vendo-lhe ofender
Uns tais olhos como aqueles,
Deixo-me antes tudo crer,S
ó pela não constranger
A jurar falso por eles.
Luís de Camões
É o que sinto.
Porra, hoje tomava mesmo um copo com Camões...